Queda ocorreu no mês de abril. No acumulado do ano o resultado foi menor em 26,2%
A quantidade de abertura de empresas no mês de abril foi de 296,5 mil, o número delas encerrando atividades atigingiu 160,3 mil. O saldo final de novas e as que encerraram as portas foi de 136,1 mil, um resultado 27,6% menor em relação a abril de 2022.
No acumulado de janeiro a abril a queda na comparação com o ano passado registrou 26,2%, conforme divulgou o Poder 360. Em 2022 foram abertas 805,7 mil empresas e em 2023 foram criadas 595 mil, ou seja, em números absolutos, 210,7 mil empresas a menos de um ano sobre o mesmo período do ano anterior.
Os dados são do Painéis do Mapa de Empresas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Segundo o MDIC, o Brasil encerrou o mês de abril com cerca de 21 milhões de empresas (21.020.285 empresas ativas). A maior parte é formada por microempreendedores individuais (69%), num total de 14,5 milhões. As Sociedades Limitadas (30%) somam aproximadamente 6,2 milhões.
De acordo com dados da Serasa Experian, de janeiro a abril deste ano, 382 empresas entraram com pedidos de Recuperação Judicial e 346 empresas pediram falência, sendo 222 aceitos.
Os empresários vêm apontando os juros elevados e a alta inadimplência que atinge 70 milhões de brasileiros como fatores que têm levado à crise, não só de pequenos e médios negócios, mas também de empresas tradicionais.
Com o consumo das famílias estagnado, a produção industrial caindo e as vendas do comércio patinando, o Banco Central (BC) mantém o juros no maior patamar do planeta, com a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% desde agosto do ano passado, asfixiando o crédito, os investimentos e a geração de empregos.
De acordo com o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), 76% das empresas afirmam que estão sendo prejudicadas pelas taxas de juros e, em média, 26% estão com uma ou várias despesas atrasadas.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, para 71% dos industriais os juros elevados são entrave ao crédito.
A Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), por sua vez, considera que os juros altos e as dificuldades para obtenção de crédito prejudicam o desempenho da economia e afetam, principalmente, as micro e pequenas empresas, com maior dificuldade para acesso a financiamentos.
Segundo José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a taxa de juros elevada do Brasil “é uma disfuncionalidade”, que compromete o crescimento e o desenvolvimento econômico e, consequentemente, gera uma desindustrialização.
“O nível das taxas de juros gera um desinvestimento. Não existe atividade econômica que tenha retorno após pagar o custo dos juros”, alertou Velloso.