A ministra do Interior da Inglaterra, Amber Rudd, não resistiu às pressões e acabou renunciando no último domingo, logo após o vazamento de um plano de demissão massiva de imigrantes, alguns há mais de meio século no país. Conforme os meios de comunicação ingleses, Rudd já havia especificado até mesmo o número de imigrantes em situação ilegal que seriam deportados anualmente.
Cinicamente, a primeira-ministra Theresa May aceitou a decisão, repassando a responsabilidade pelo “plano” – altamente impopular – à subordinada. De acordo com o The Guardian, embora a primeira-ministra tenha se pronunciado depois dos impactos extremamente negativos do plano, atribuído a Rudd -, May estava familiarizada com ele. O jornal chega a publicar uma carta que Rudd mandou em janeiro do ano passado à primeira-ministra, descrevendo como “ambicioso porém factível” o plano de aumentar em 10% as deportações de imigrantes em situação ilegal durante “os próximos anos”. A publicação estampa com todas as letras que o plano original era mesmo da primeira-ministra.
Integrada fundamentalmente por trabalhadores, a chamada “geração Windrush” – nome do navio que trouxe ao país a primeira leva de mão-de-obra do Caribe – foi essencial para a reconstrução do país, devastado pelas inúmeras perdas humanas e materiais sofridas durante a Segunda Guerra. Diante da carência de braços, a partir de 1948, a Inglaterra resolveu abrir suas fronteiras para dezenas de milhares de operários da Comunidade Britânica de Nações, os mesmos que queria agora, criminosamente, deportar.