
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse não ver problema nos escândalos envolvendo as candidaturas laranjas, que atingem o governo de Jair Bolsonaro e que levaram à queda do secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, em menos de dois meses de governo. Para ele, importante é aprovar a reforma da Previdência contra as aposentadorias dos trabalhadores.
Os escândalos atingem também o titular do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o filho de Bolsonaro, Flávio, com seu assessor e ex-motorista Fabrício Queiroz, que fez movimentações financeiras suspeitas de R$ 1,2 milhão em um ano e R$ 7 milhões em três anos.
Para Caiado, não há “crise”. “Crise? Não podemos nos perder com essas coisas bobas”, diz.
“Acho que temos que separar o que é essencial do que é acessório. Nomeação e exoneração de ministros é uma coisa corriqueira, do dia a dia de todo o governo”, relevou.
“Não tem importância maior um ministro ser exonerado, ser renomeado. Isso aí é assessório diante de uma política maior de reforma da Previdência, de pacto federativo, reforma tributária, de respostas de combate à criminalidade, política de saúde”, disse o governador do DEM em entrevista ao UOL.
Goiás foi o sétimo estado a decretar calamidade financeira, com salários de servidores atrasados desde novembro passado. Há alguns dias, o governador desdenhou da angústia do funcionalismo que está sem receber.
“Nós estamos apresentando o que o governo tem em caixa. No momento que tivermos condições, nós vamos pagar”, disse Caiado. A última proposta de pagamento aos servidores que ainda não receberam o mês de dezembro é de um parcelamento de cinco vezes, a partir de março.
Caiado é defensor do governo e das suas propostas, sejam elas quais forem. Segundo ele, o DEM tem que apoiar incondicionalmente o governo Bolsonaro. “Não existe nenhum ponto do nosso partido que não seja em total sintonia com essas propostas que estão aí apresentadas. Não é apenas se declarar base de governo. Além de declarar, é trabalhar, arregaçar as mangas, buscar um entendimento”, afirmou Caiado.
Ronaldo Caiado é ruralista, presidiu a UDR (1986-1989) e defendeu os interesses do agronegócio e da bancada ruralista no Congresso Nacional antes de se eleger governador. Ele é integrante de uma família de produtores rurais que tem presença forte na política de Goiás desde o Segundo Império.
Como senador votou a favor das propostas do governo Temer, como a PEC do teto de gastos que congelou os investimentos públicos na saúde, educação e nos outros setores por 20 anos. Votou também na reforma trabalhista que retirou direitos dos trabalhadores.