Valor foi calculado a partir das notas fiscais referentes às compras dos equipamentos modelo iPhone. Segundo testemunhas, o ex-presidente “quando fica com raiva ele destrói celular, joga celular no pé da pessoa, destrói uma TV, destrói um computador”
A Caixa Econômica Federal entrou com uma ação na Justiça contra o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães, para que ele devolva seis celulares, modelo iPhone, comprados pelo banco. Caso Guimarães não devolva os aparelhos, a instituição financeira quer R$ 45 mil, valor calculado a partir das notas fiscais. No entanto, testemunhas ouvidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmaram que a devolução não seria possível, porque Guimarães quebrou os aparelhos em acessos de fúria.
Próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Pedro Guimarães deixou a instituição financeira em junho de 2022 e logo em seguida se tornou réu por assédio sexual e moral, depois que a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele. A Caixa Econômica Federal informou que Guimarães, ao deixar o cargo, não devolveu os celulares que usava para as suas atividades como executivo.
Por meio de nota, o banco afirmou que a ação foi proposta perante a Justiça Federal de Brasília, tendo sido distribuída para a 20ª Vara Federal Cível da SJDF. “Caso não seja possível a devolução dos equipamentos, requer-se o pagamento do valor correspondente ao reembolso dos montantes devidos, o que, de acordo com as respectivas notas fiscais, gira em torno de R$ 45 mil”, informou o banco. A Caixa informou ao órgão que os aparelhos funcionais, de uso obrigatório, eram dos modelos iPhone 12 Pro Max e 13 Pro Max.
Segundo testemunhas ouvidas pelo MPT, celulares e televisões foram destruídos por Guimarães em acessos de fúria. “A testemunha 01 disse que quando o ex-presidente fica com raiva ele destrói celular, joga celular no pé da pessoa, destrói uma TV, destrói um computador”, diz trecho da investigação do MPT.
Em outro trecho, “a testemunha 12 disse que logo no começo da administração, com mais ou menos quatro meses, o ex-presidente recebeu o celular corporativo, ficou insatisfeito e jogou na parede, e o aparelho espatifou todo; que a depoente acredita que o aparelho era um Iphone”.
A Caixa também deve buscar na Justiça ser ressarcida por parte de Pedro Guimarães, pelo acordo que teve que fazer com o MPT, em abril, no montante de R$ 10 milhões, para encerrar ações de assédio sexual e moral na esfera trabalhista.
“A Caixa irá pagar, cumprir, lógico, é uma determinação da Justiça do Trabalho, mas a Caixa vai entrar com uma ação de ressarcimento desses valores contra o ex-presidente da Caixa porque obviamente a responsabilidade dessa situação foi causada por ele”, afirmou a presidente da Caixa, Rita Serrano. “Nada mais justo que ele ressarça a Caixa das multas agora que a Caixa está pagando por conta dessas ações de assédio comprovadas pelo Ministério [Público] do Trabalho”. Em outro episódio, a Caixa também foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões por uma ação movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, pelo caso em que funcionários do banco foram coagidos a fazerem flexões pelo ex-presidente.