Os ferroviários franceses iniciaram a sétima jornada de greve, na quarta-feira (18), contra os ataques do presidente, Emmanuel Macron, aos direitos trabalhistas e benefícios sociais. A Confederação Geral do Trabalho (CGT), defende a manutenção do serviço público contra o arrocho, e luta para barrar a privatização da estatal ferroviárias SNCF.
Na manhã de quarta, um dia após o projeto da reforma ferroviária ser aprovado pela Câmara Baixa do Parlamento, Macron foi abordado por uma multidão durante coletiva de imprensa na cidade de Saint-Dié-des-Vosges. A multidão vaiou e entoou: “Não vamos deixar que a reforma passe”. Ao contrário do que afirma o governo, 60% dos franceses se opõe ao ajuste de Macron, conforme pesquisa.
“Você acha que eu poderia dirigir um trem aos 65 anos? Nós seremos demitidos antes de chegar a essa idade”, gritou ao presidente um grevista. O presidente, muito incomodado e cercado por trabalhadores e jornalistas, chamou o maquinista de mentiroso e que é preciso acabar com a super-proteção aos ferroviários.
Pouco depois, e sem a presença dos trabalhadores, Macron tergiversou sobre a greve e disse que implementará sua “reformas” a qualquer custo. “Existem pessoas como esses ativistas, elas não têm nada em comum com os trabalhadores ferroviários, nem com os moradores de Saint-Dié-des-Vosges”. Ignorando os impactos de seus ajustes nesse momento de baixo crescimento econômico, agravado pelo desemprego que atinge cerca de 10% da população, Macron disse que os grevistas são “baderneiros do contra” e arrematou que não vai “adiar as reformas” para ver “as ruas desimpedidas”.
Suas “reformas” visam facilitar demissões em massa, rebaixar salários e terceirizar o serviço público.