O relator da proposta de reforma política na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), insiste na ideia esdrúxula de aprovar um fundo abastecido com dinheiro público para financiar os partidos nas eleições. Abatidos pela Operação Lava Jato, que desbaratou o esquema bilionário de propinas comandado pelo PT, PMDB, PSDB, PP e agregados, os corruptos querem substituir a propina pelo assalto direto ao Tesouro.
Percebendo que sua proposta está fadada a ser enterrada, e não vendo mais a possibilidade de receber recursos da Odebrecht, JBS, OAS e outras geringonças, ele ameaça com uma suposta falta de recursos. “Eu acho que ainda é possível votar e estou trabalhando com a tese de que o Congresso Nacional não cometerá a irresponsabilidade de não regrar as novas eleições de 2018. Se deixá-la sobre as regras das atuais legislações, deixaremos eleição regida pelo Supremo Tribunal Federal, pela justiça eleitoral e pelo crime organizado”, declarou.
Nesta terça, a Câmara tentará votar mais uma vez a reforma política para alterar o sistema eleitoral e criar um fundo para financiar campanhas. Na semana passada, a sessão se arrastou por horas e acabou adiada diante da falta de acordo e da obstrução de partidos que não concordam com a proposta em análise. Líderes partidários se mostram céticos e já se concentram na proibição de coligações e clausura de barreira. Querem a todo custo impedir a almejada renovação do parlamento.