Caminhoneiros adiam greve e mantêm pressão para garantir frete mínimo

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que o momento de agora é diferente ao ano passado. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Lideranças dos caminhoneiros reafirmaram, nesta segunda-feira, que irão manter o alerta e a pressão sobre o governo Bolsonaro exigindo a garantia do cumprimento da tabela mínima do frete para a categoria.

Os caminhoneiros autônomos estavam com greve marcada para esta segunda, mas a mobilização não se efetivou. No entanto, a insatisfação com o governo por não cumprir a promessa de garantir a tabela mínima de frete vem crescendo entre os caminhoneiros. Segundo dirigentes do movimento, desde junho o governo vem prometendo a publicação no Diário Oficial dessa regulamentação, o que não ocorreu.

De acordo com o líder dos caminhoneiros, Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Ijuí (RS), “de uma coisa a categoria não abre mão, que é a resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que garante o piso mínimo do frete e estabelece  que a empresa, a transportadora que não cumprir tenha uma multa de R$ 5 mil”.

Conforme Litti, que também é vice-presidente da CGTB, a “implementação de uma fiscalização eletrônica através do CIOT (Código Identificador de Transporte) é algo extremamente necessário para a garantia da implementação do piso”, explica.

José Araújo Silva, o China, presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), ressaltou que “vamos analisar se o governo vai começar a atender nossas demandas. Desde a paralisação feita no ano passado, nada mudou”. “Tem de haver fiscalização por parte do governo para que se faça cumprir o pagamento justo e estabelecido”. De acordo com China, se isso não ocorrer, a categoria terá motivos para uma nova greve. “O caminhoneiro tem de sobreviver”, afirma.

Segundo Sergio Henrique Silva, liderança da categoria na Bahia, um dos motivos para a greve não ter ocorrido foi a promessa feita pelo governo de publicar o CIOT amanhã (17). “Com o CIOT para todos, as empresas que não pagam o [frete] mínimo e sonegam impostos serão punidas. Essa promessa fez com que muitos recuassem, mas essa é só uma das várias reivindicações, ainda falta muita coisa”, disse. “E, se ele [o governo] voltar atrás, iremos marcar outra [greve]”, ressalta.

Veja mais sobre o movimento no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=8_884H7ubBk&feature=youtu.be

PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Outro ponto da pauta dos trabalhadores é a redução dos preços dos combustíveis que teve “11 aumentos consecutivos nos preços dos combustíveis durante o ano e ele não foi para a tabela, porque cada um avaliava de um jeito o aumento que dava e esse gatilho da lei de que acima de 10% de aumento no combustível, um novo cálculo seria projetado. Se lembrarmos que no ano passado o valor médio do óleo diesel no país era de R$ 2,86, hoje ele ultrapassa o valor dos R$3,90 na média nacional.”, complementa Litti.

Nesta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao falar sobre o movimento dos caminhoneiros, disse que o momento atual é diferente do que o país viveu durante o governo passado e que o “país já apresenta índices que apontam para um crescimento econômico com atividade econômica sustentável e que isso vai beneficiar toda a sociedade”.

Segundo ele, não será o menor preço do combustível que vai determinar um frete com valores mais baixos. “Se você não tem como transportar, não adianta o preço do frete. Tem que ter o que [e como] transportar. A dinâmica da economia e o crescimento econômico é que vão permitir uma maior demanda e maior emprego dessa categoria”, disse.

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