Os caminhoneiros defenderam nesta terça-feira, 26, durante audiência pública realizada no Senado, o estabelecimento do valor mínimo para o frete da categoria – medida que foi conquistada após a greve realizada no mês passado e que vem sendo descumprida pelas contratantes.
Após a mobilização dos caminhoneiros, a categoria conquistou o estabelecimento do piso e também a redução do diesel, como parte do acordo para o fim do movimento. Até o momento, nada foi cumprido. Além da tentativa de atropelar o piso do frete por parte do setor do agronegócio, a redução de R$ 0,46 prometido pelo governo ainda não chegou às bombas.
Durante a audiência, dirigentes caminhoneiros denunciaram o descumprimento do acordo, estabelecido em lei através de três Medidas Provisórias. Jair Bottego, presidente do Sindicado dos Transportes Autônomos de Carga do Sudeste do Paraná, apontou que “nós estamos tendo muita dificuldade ainda em conseguir fazer com que se cumpra essa lei, imagina [sem ela]. Acabamos sendo explorados por alguém do negócio, que envolve o agro e o transporte. (…) No Brasil de hoje, quantas pessoas não estariam ganhando menos do que o salário mínimo se não existisse uma lei que garantisse?”, questionou o dirigente.
“O piso mínimo de frete traz dignidade. É como se fosse o salário mínimo: vai trazer a dignidade para eu consertar o meu caminhão, levar o dinheiro para a minha família, botar comida em casa. Então, gostaria que colocassem a mão na consciência”, completou o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Ijuí, no Rio Grande do Sul e vice-presidente da CGTB, Carlos Alberto Litti Damer, afirmou que piso mínimo para o frete é uma reivindicação da categoria desde 1999 e defendeu a constitucionalidade da tabela.
Também participaram da audiência representantes do Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam), entidades representativas dos caminhoneiros e transportadores autônomos do Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Minas Gerais e de outros estados.