O candidato do partido Novo defendeu velhas ideias em sabatina nesta manhã de terça-feira (28), promovida pelo jornal “O Estado de São Paulo”, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
João Amoêdo, banqueiro, membro do conselho de administração do Itaú, afirmou que, se eleito, vai privatizar a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e os Correios. Ou seja, eliminar a concorrência aos bancos privados. “Nós entendemos que não cabe ao estado fazer gestão de instituições financeiras, de entregas de correspondências, de posto de gasolina”, disse.
Segundo ele, “o estado tem que direcionar sua atuação para aquelas áreas que o cidadão precisa, educação básica, saúde, segurança e deixar a gestão das empresas – que na verdade as empresas públicas viraram cabides de empregos para partidos políticos – para a iniciativa privada, promovendo maior concorrência”, disse Amôedo.
Se o problema das empresas públicas é ser cabide de emprego dos partidos políticos, na visão de Amoêdo, com ele eleito, bastaria acabar com o cabide de empregos e não privatizá-las. Quanto à saúde, educação básica e segurança, até hoje estes setores esperam melhoras e os recursos da privatização da telefonia, Vale do Rio Doce, Usiminas, CSN, Embraer, estradas, aeroportos, bancos estaduais, energia elétrica e outras empresas. Educação, saúde e segurança não melhoraram nada, pioraram, e pior: o povo ficou sem seu patrimônio público.
Sobre taxação de grandes fortunas, claro, Amoêdo disse que é contra. E disse que quer “tirar dinheiro do Estado que não funciona e levar para as pessoas”. Só não disse que pessoas. As pessoas banqueiras acharam ótima essa ideia do candidato.
E para quem quer ser governo, ele mostrou uma hostilidade impressionante contra o governo: “A gente tem que lembrar o seguinte, o governo não gera emprego, o governo na verdade tem nos atrapalhado fazendo com que a gente trabalhe cinco meses por ano só para pagar impostos, trazendo insegurança jurídica e dificuldades pro empreendedor”.
Amoêdo também quer acabar com a escola pública. Sua genial proposta é: “Temos a ideia de criar um vale ou voucher para a Saúde e a Educação. Com esse voucher, a família pode colocar os filhos nas escolas particulares e contratar um seguro saúde. Quem ficaria responsável por esses voucher seriam as mulheres dessa família”.
De acordo com notícias da imprensa, para fundar o Novo, seu partido, Amoêdo contratou o escritório Pinheiro Neto para confecção do estatuto do partido e para colher as 500 mil assinaturas foram contratadas empresas de marketing.
Conforme a revista Época, Amoêdo contou com o incentivo de banqueiros, como Pedro Moreira Sales e Fernão Bracher, do Itaú Unibanco, e do ex-ministro do Banco Central, Armínio Fraga (Gávea Investimentos). Segundo o jornal Valor Econômico, os principais financiadores do partido são ligados ao grupo Itaú. Entre eles estão, além de Amoêdo, que doou R$ 4,5 milhões dos R$ 5 milhões para fundar o partido, o vice-presidente do Itaú, Eduardo Mazzili de Vassimon, e o presidente da Fundação Itaú Social e ex-presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa.
Não é de se estranhar que o amarelo do logo do Itaú seja a cor do logo do Novo.