Candidatos de Bolsonaro à Câmara e Senado não querem investigar ação do governo na pandemia

Deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidatos governistas à Câmara e ao Senado. Fotos: Câmara dos Deputados e Agência Senado

O deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidatos de Jair Bolsonaro para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, manifestaram-se contra a instalação de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a ação do governo durante a pandemia da Covid-19.

Depois do desastre da gestão causada pela gestão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em Manaus, os parlamentares pressionam pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

Arthur Lira acredita que “esse assunto não pode ser motivo de embates políticos para trazermos para a discussão traumas, interrupções bruscas democráticas”.

Rodrigo Pacheco, procurado pelo Estadão, não quis se manifestar sobre o caso. O jornal apurou que “o senador é contra incentivar CPIs neste momento”.

O adversário de Arthur Lira e candidato da frente ampla democrática, Baleia Rossi (MDB-SP), afirmou que a “CPI é um instrumento de minoria garantido, inclusive, por uma interpretação do Supremo. Você precisa de alguns pré-requisitos para instalar uma CPI”. O deputado afirmou que se for eleito vai “cumprir o que diz a Constituição, o que diz o regimento da casa”.

“O papel do parlamentar é legislar, fiscalizar e representar as suas bases. Quando se diz fiscalizar, um dos instrumentos cabíveis é a CPI”, disse no programa Roda Viva, da TV Cultura.

A omissão de Pazuello, que apenas executa as ordens de Jair Bolsonaro, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF).

Ele e o Ministério da Saúde já tinham sido notificados de que faltaria oxigênio medicinal em Manaus e que alguns pacientes teriam que ser transportados, mas a ação demorou dias para acontecer, o que causou a morte de internados.

Além disso, criaram e colocaram em uso um aplicativo para “auxiliar os médicos” que indicam o uso da cloroquina, medicamento que não tem efeito contra o coronavírus.

O governo Bolsonaro já se incomoda com a existência da CPMI das fake news, que investiga a produção e a divulgação de notícias falsas.

Depoimentos colhidos pela CPMI mostram que o Palácio do Planalto está diretamente envolvido na produção de fake news contra os adversários do governo.

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