Capital estrangeiro tomou 1.296 empresas nacionais em 5 anos

Maior empresa de telecomunicações do RN vendida para a americana Acom

Só neste ano foram desnacionalizadas 163 empresas, segundo relatório da KPMG

Nos últimos cinco anos, 1.296 empresas nacionais passaram para as mão do capital estrangeiro, segundo relatório de fusões e aquisições da KPMG, descrita pela consultoria como “cross border 1” (cb1), “Empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil”.

Com o país em recessão desde 2014, o capital estrangeiro aproveita-se para ocupar ainda a economia brasileira, e assim aumentar cada vez mais a remessa de lucro para o exterior, cujo resultado é a sangria de recursos da educação, saúde, transporte, segurança, entre outras áreas.

Só neste ano foram desnacionalizadas 163 empresas, 83 no 1º trimestre e 77 no segundo. Entre os principais setores estão: 22 empresas de internet, 28 de petróleo e gás, 19 de tecnologia da informação, 8 instituições financeiras, 8 empresas de serviços, 7 de alimentos e bebidas, 5 de varejo, 3 de fertilizantes, 3 de produtos químicos e petroquímicos, 3 de mineração, 2 de açúcar e álcool, 2 de aviação.

Os americanos, chineses e franceses foram os que mais adquiriram empresas. Um dos negócios fechados recentemente pelos americanos foi o da multinacional Archer Daniels Midland Company (ADM), que comprou ativos da empresa brasileira Algar Agro. O negócio incluiu as instalações de processamento de oleaginosas em Uberlândia (MG) e Porto Franco (MA).

Os chineses entraram pesado no setor de infraestrutura. Nos últimos anos, entre outras aquisições, os chineses compraram hidrelétricas das estatais Cesp e Cemig e a distribuidora de energia CPFL.

Além disso, controlam o Porto São Luís (MA) e têm outros negócios em andamento, como a aquisição da Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira. Os franceses também compraram ativos importantes na área de energia renovável, petróleo, aeroportos e tecnologia.

A feira livre da desnacionalização também atingiu o setor de embalagens, com 3 empresas; revenda de automóveis, com 1; hospitais e laboratórios de analise clinicas, com 4 e uma empresa de peças e autopeças de automóveis.

Não é de hoje que as empresas brasileiras estão sendo abocanhadas pelo capital estrangeiro. De 2004 a 2010, no governo Lula, foram 792 as empresas nacionais adquiridas pelo capital estrangeiro. Se somado o governo Dilma/ Temer e aliados, de 2011 a julho de 2018, foram desnacionalizadas 2.089 empresas.

No governo Dilma/Temer:

– 2011: 208 empresas;

– 2012: 296 empresas;

– 2013: 289 empresas;

– 2014: 292 empresas;

– 2015: 296 empresas;

– 2016: 273 empresas;

– 2017: 272 empresas;

– De janeiro a julho de 2018: 163 empresas.

 

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