“Careca do INSS” fez doação para Bolsonaro reforçar sua campanha em 2022

O lobista conhecido como "Careca do INSS" (Fotos: Agência Brasil - Reprodução)

O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, que era parte do esquema que roubava aposentados e pensionistas, fez uma doação de R$ 1 via PIX para a campanha de Jair Bolsonaro em 2022, quando ele queria usar a ferramenta como propaganda eleitoral. A informação é do portal Metrópoles.

Como apontaram a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal, o esquema criminoso agia desde 2019, quando Jair Bolsonaro chegou à Presidência.

Antonio Carlos Camilo Antunes pagava propina para funcionários federais e recebia uma parte do montante desviado das aposentadorias e pensões.

Em setembro de 2022, durante a disputa eleitoral, o lobista participou do movimento chamado pelo ex-presidente para que seus apoiadores fizessem uma doação de R$ 1 através de PIX. Essa era uma forma de capitalizar sobre a criação, em seu governo, da ferramenta.

Segundo a investigação, o “careca do INSS” pagou propina para o ex-diretor de Benefícios André Fidelis, que foi demitido pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, por atrapalhar as investigações, e para o ex-diretor de Integridade Alexandre Guimarães e ao ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho.

O papel de Antonio Carlos Camilo Antunes era intermediar, através das propinas, a relação entre as associações e sindicatos e os funcionários federais.

Como pagamento, ele recebia 27,5% do valor descontado dos aposentados e pensionistas pelo Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionista (Cebap). Normalmente os descontos eram de 2,5% do total da aposentadoria.

Com ajuda de Antonio Carlos Camilo Antunes, o faturamento do Cebap subiu de R$ 500 mil para R$ 10 milhões.

Uma empresa do “careca do INSS”, a Camilo & Antunes Limited, com sede em um paraíso fiscal, gastou R$ 11 milhões em apartamentos em São Paulo e um terreno em Brasília, ao mesmo tempo em que o esquema criminoso ocorria.

A PF suspeita que essa foi uma manobra para lavagem de dinheiro. “A coincidência temporal com o esquema da ‘farra no INSS’, o uso de uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e as transações de alto valor reforçam a suspeita de que essas operações foram realizadas com o intuito de ocultar a origem ilícita dos recursos”, disse a corporação.

O terreno no Lago Sul de Brasília, área nobre da capital, foi comprado com R$ 3,3 milhões em dinheiro vivo.

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