Há pelo menos 9 meses a inflação dos alimentos supera o IPCA que em 12 meses, até outubro, fechou em 5,90%
A inflação dos alimentos acumula alta de 11,84% nos últimos 12 meses até novembro, com mais de 80, de 180 produtos alimentícios pesquisados pelo IBGE, acima dos 10%, superando o índice geral de inflação nacional (IPCA), que fechou em 5,90% para o mesmo período. Há pelo menos 9 meses que a inflação dos alimentos supera o índice geral de inflação nacional no acumulado de 12 meses.
Segundo os dados do IPCA de novembro, fazer refeição em casa ficou 13,32% mais caro em 12 meses, enquanto comer fora está 7,98% mais oneroso. As compras nas feiras também estão salgadas, com a alta nos preços de 36,83% das frutas, de 25,22% nos Tubérculos, raízes e legumes e de 13,83% nas Hortaliças e verduras.
Entre os campeões da inflação dos alimentos, no intervalo de 12 meses, estão: Cebola (166,21%), Limão (89,64%), Pepino (72,3%), Mamão (62,04%), Banana – d’água (59,86%), Inhame (48,95%), Maçã (46,83%), Melão (44,58%), Banana – prata (43,66%), Leite condensado (39,7%), Alimento infantil (39,69%), Tangerina (37,88%), Farinha de trigo (34,76%), Farinha de mandioca (34,76%), Milho em grão (32,4%), Maionese (32,14%), Melancia (31,67%), Maracujá (30,26), e Pão de forma (30,03%).
Também pesa no bolso dos consumidores os custos do leite e seus derivados cuja alta chega 22,48%, além das Farinhas, féculas e massas (21,93%), Óleo de soja (5,14%), Açúcares e derivados (10,71%), e Aves e ovos (7,84%).
Os assalariados e, principalmente, as famílias mais pobres continuaram tendo seus orçamentos pressionados pela inflação dos alimentos mesmo com a deflação “fake” de Bolsonaro vista nos meses de julho a setembro – resultado das medidas eleitoreiras às vésperas das eleições, com redução do ICMS nos combustíveis.
No décimo mês deste ano, o IPCA registrou alta de 0,59%. Para o mês de novembro, o indicador voltou a registrar alta de 0,41% por influência da alta nos preços dos combustíveis e da alimentação.
Uma das metas do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é combater as constantes variações nos preços que tem empurrado para cima os custos de itens básicos da alimentação. As ações propostas pelo novo governo vão de alterar a prática de preços da Petrobrás nos combustíveis (hoje atrelada ao dólar e à especulação das bolsas internacionais), a retomada das políticas de estoques reguladores de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o fomento à produção de agricultores familiares, ações essas que foram desmontadas no governo Bolsonaro.