Em um ano, alta na capital paulista foi de 11,48%, com a cesta de alimentos chegando a R$ 750,74, segundo Dieese
Em setembro, o custo da cesta básica na cidade de São Paulo foi a mais cara entre as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada na quinta-feira (6). Em seguida estavam a cesta básica de Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14).
Em um ano, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades pesquisadas pelo Dieese, com destaque para Recife (18,51%), João Pessoa (17,98%), Salvador (17,01%) e Belém (16,88%) que atingiram as maiores variações no período.
O leve recuo verificado no mês de setembro no custo da cesta básica em 12 de 17 capitais não reduziu o peso dos alimentos no orçamento das famílias, com o país com recorde de 68 milhões de inadimplentes que estão com contas atrasadas, tendo que optar entre pagar dívidas ou comer. Ao contrário do que afirma Bolsonaro, apesar da deflação verificada na prévia de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos continuam em patamares elevados, como esteve durante todo o seu governo, com os preços dolarizados, explodindo na pandemia, quando Bolsonaro chamou de “idiota” quem defende comprar feijão em vez de fuzil.
Não à toa explodiu no país a fome e as filas em busca de ossinhos com pelancas e restos de comida em caçambas de supermercados.
O custo da cesta básica mais barata ainda está acima de R$ 500 e na grande maioria das capitais pesquisadas ultrapassa R$ 620.
Capitais e os valores da cesta básica e suas variações em 12 meses até setembro:
Os números do Dieese apontam que, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo (R$ 1.212) comprometeu em média, em setembro de 2022, 58,10% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 56,53%.
A carestia dos preços dos alimentos continua esfolando o povo brasileiro que enfrenta o desemprego atingindo 9,7 milhões de pessoas no país, segundo o IBGE. Outros 39,3 milhões de brasileiros estão na informalidade do trabalho, vivendo de “bicos”, de atividades de baixa produtividade e jornada de trabalho excessiva com uma renda que muitas vezes não chega sequer ao salário mínimo.
De acordo com dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), no Brasil, em números absolutos, são mais de 125,2 milhões de brasileiros que sofrem com algum nível de insegurança alimentar, sendo que 33 milhões passam fome. Entre 2017-2018, eram 10,3 milhões de pessoas que viviam em domicílios com insegurança alimentar grave, segundo o IBGE.