Defesa da deputada foragida alega falta de tratamento médico na prisão de Rebibbia. Laudo italiano descarta negligência e confirma que ela pode permanecer detida
A defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde 29 de julho, recorreu à Corte Interamericana de Direitos Humanos sob a alegação que a parlamentar estaria sendo maltratada e sem assistência médica adequada na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma.
Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, o pedido foi assinado por aliados da extrema-direita — entre eles os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE) — que visitaram Zambelli há cerca de 1 mês.
DEFESA ALEGA DOENÇAS GRAVES
A equipe jurídica afirma que a deputada sofre de fibromialgia, problemas cardíacos, depressão severa e precisa de acompanhamento médico após a retirada de tumor cerebral.
A defesa pede que o governo italiano revise as condições da prisão e autorize a libertação ou o tratamento externo.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Foragida da Justiça brasileira e incluída na lista da Interpol, ela aguarda decisão sobre o processo de extradição para o Brasil, onde deverá cumprir pena imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
LAUDO MÉDICO DESCARTA MAUS-TRATOS
Laudo médico oficial, elaborado a pedido da Justiça italiana, contradiz a versão da defesa. O relatório, assinado pela especialista Edy Febi, conclui que Zambelli pode continuar presa e receber os cuidados necessários dentro do sistema penitenciário.
“Com o regime prisional, incluindo a possibilidade de receber as terapias de que necessita dentro do estabelecimento prisional, não há impedimentos para que permaneça detida”, está escrito no documento.
A perita também destacou que, embora a deputada apresente transtorno depressivo, não há indícios de automutilação ou comportamento suicida desde a prisão dela.
RISCO DE FUGA MANTÉM PRISÃO
A Justiça italiana já negou pedidos de liberdade provisória e prisão domiciliar, sob alegação objetiva de risco de fuga.
Assim, Zambelli permanece no regime fechado até a conclusão do processo de extradição.