O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), fez reuniões com seus ex-assessores antes de prestarem depoimento sobre os desvios de recursos públicos, na prática conhecida como “rachadinha”, conforme registrado por câmeras de segurança e documentos.
As câmeras e documentos de segurança da Câmara de Vereadores, obtidas pelo jornal O Globo, mostram que às 10h da manhã do dia 30, Neula de Carvalho Góes entrou na Câmara com seus filhos Rodrigo e Rafael de Carvalho Góes e foi até o gabinete de Carlos. Os três trabalharam como assessores de Carlos Bolsonaro: os irmãos entre 2001 e 2008 e a mãe até o começo de 2019.
Depois que foram exonerados, não freqüentaram mais o gabinete. Em outubro de 2019, quando visitaram o vereador, estavam convocados para depor ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre a rachadinha dentro do gabinete.
Quando essa família saiu, outra chegou. Guilherme dos Santos Hudson e seu filho Guilherme Siqueira Hudson.
Siqueira, que é primo da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Crisina Siqueira Valle, atuou como assessor-chefe no gabinete de Carlos entre 2008 e 2018. Durante todo esse período, não frequentou o gabinete e sequer teve crachá, pois supostamente atuava em Resende.
Seu pai, Guilherme dos Santos, é um dos investigados pelo MP-RJ por lavagem de dinheiro e peculato no gabinete do irmão de Carlos, Flávio Bolsonaro.
A última vez em que estiveram no gabinete de Carlos foi um mês depois de terem ficado sabendo da investigação no gabinete de Flávio.
O MP-RJ começou a investigar a prática da rachadinha no gabinete de Carlos depois que a revista Época publicou que sete parentes da ex-esposa de Jair Bolsonaro estavam empregados lá. Dois deles admitiram que nunca trabalharam de fato para Carlos, sendo apenas assessores-fantasmas.