Cármen: agressões de Jefferson são tentativas de “subversão ou de erosão democrática”

Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Nelson Jr - SCO - STF
Para a ministra do STF, as ofensas do aliado de Bolsonaro “vão além de qualquer civilidade”. A ministra apontou que a função do STF é “fazer cumprir uma Constituição”, o que “não é tarefa simples”

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que os ataques que Roberto Jefferson, amigo pessoal e aliado de Jair Bolsonaro, contra ela “vão além de qualquer civilidade” e fazem parte de tentativa de “subversão ou de erosão democrática”.

Em sessão realizada na quarta-feira (26), a ministra apontou que a função do STF é “fazer cumprir uma Constituição”, o que “não é tarefa simples”.

“Menos ainda, em horas de tentativa de subversão ou de erosão democrática e contra o estado de direito”.

“Vários de nós passamos – nesses últimos tempos especialmente, talvez diferente de outros períodos, mas que já devem ter se repetido em outros períodos – por agruras que vão além de qualquer civilidade”, acrescentou.

Cármen Lúcia recebeu o apoio de seus colegas e de amplos setores da sociedade brasileira, frente a um ataque machista e golpista de Roberto Jefferson. Em diversos vídeos, Jefferson ameaçou diretamente os ministros do STF e chamou Cármen Lúcia de “prostituta vagabunda”.

Quando agentes da Polícia Federal foram até sua residência para transferi-lo da prisão domiciliar para um presídio, o amigo de Bolsonaro os atacou com duas granadas e cinquenta tiros de fuzil. Na ação criminosa, o delegado Marcelo Vilella foi ferido na cabeça. Um exame de raio X constatou dois fragmentos, possivelmente estilhaços de vidro, alojados em seu crânio.

A agente Karina Lino teve ferimentos no rosto e na coxa, e ficou com estilhaços de granada no quadril, segundo a perícia da PF.

A presidente do STF, Rosa Weber, disse que a Corte “manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a ministra Cármen Lúcia” e que “condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia”.

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