Uma colisão entre um trem de passageiros e um trem de carga no Estado norte-americano da Carolina do Sul resultou em dois mortos e 116 feridos.
A colisão aconteceu no domingo, dia 4, por volta de 2h35min da madrugada. O causador do desastre foi o trem da companhia estatal norte-americana Armtrak que realizava uma viagem de Nova Inglaterra à Flórida. A violência do choque pode ser constatada pelo fato de que só havia 139 passageiros a bordo e o número de tripulantes era de oito. Os dois mortos eram integrantes da tripulação.
A companhia informa que o trem de passageiros estava na linha errada e colidiu com um trem de cargas estacionado. A operação de resgate e hospitalização dos passageiros feridos só foi dada por concluída à 6h30min, quatro horas após o desastre. Segundo do Divisão de Emergências da Carolina do Sul, não há feridos em situação grave e os ferimentos vão de arranhões a fraturas.
Acidentes em série
A companhia vem apresentando um quadro elevado de desastres devido à falta de investimentos em manutenção e pessoal. Este é o segundo desastre em menos de uma semana. Na quarta, 31 de janeiro, um trem que transportava deputados republicanos a um encontro político sofreu uma colisão no Estado de Virgínia. A empresa reporta um morto no acidente. Ao final de dezembro, um trem, em viagem de rota inaugural, descarrilou quando percorria uma passagem sobre uma estrada, em Du Pont, no Estado de Washington, deixando três mortos e dezenas de feridos.
Neste caso, foi constatado que o trem viajava acima da velocidade permitida para aquela passagem. Ao invés dos permitidos 60 km/h o trem ia a 150.
A diretora do Conselho Nacional de Transporte Seguro, Bella Dinh-Zarr, disse, logo após o desastre que “ainda é muito cedo para dizer porque o trem trafegava com excesso de velocidade” nessa sua primeira viagem.
Em entrevista ao jornal Seattle Times, a porta-voz do Departamento de Transporte do Estado de Washington, Barbara LaBoe, saiu-se com a seguinte obviedade: “Maquinistas são treinados para reduzir a velocidade de acordo com os limites postados em placas”.
Havia aviso de velocidade limite 3 quilômetros antes da passagem e mais um sobre a curva que conduzia a ela. O controle automático de velocidade, sistema que reduz a velocidade de forma automática quando excessiva, para prevenir acidentes, não estava ativado, admitiu o CEO da Armtrak, Richard Anderson. Em nota a Armtrak declarou que “está em curso uma profunda investigação para determinar o que aconteceu”. Sobre o controle de velocidade a porta-voz da empresa declarou que “a locomotiva estava para receber o sistema, mas este ainda não estava funcional”.
Logo após um outro desastre, na Virgínia, em março de 2015, que causou 8 mortes e 200 feridos, uma reportagem do jornal NYT denunciou que “contra objeções dos sindicatos, a Armtrak cortou o tempo permitido aos maquinistas descansar entre viagens, de uma média de duas horas e meia, para 90 minutos, em alguns casos menos. Funcionários da Armtrak anteviram desastres: ‘Forçar descansos mais curtos, dia após dia, entre corridas, aumenta o risco relacionado a fadiga e o potencial para a perda de foco’, escreveu Edler, membro da Associação de Maquinistas, em carta aberta à Armtrak”.