O juiz Jaime Travassos Sarinho, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR) pelo crime de corrupção passiva. Com a decisão, ele tornou-se réu no caso da mala com R$ 500 mil recebida da JBS. Para o juiz, verifica-se que “há substrato probatório mínimo que sustenta a inicial acusatória”.
O juiz Jaime Travassos Sarinho, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR) pelo crime de corrupção passiva. Com a decisão adotada na segunda-feira (11), tornou-se réu no caso da mala com R$ 500 mil recebida de um executivo da JBS.
A denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal e também cita Michel Temer. Como o ex-deputado perdeu o foro privilegiado, as acusações foram desmembradas pelo ministro Edson Fachin e Loures vai responder sozinho a ação. Segundo o jornalista Josias de Souza, em seu blog no UOL, “como na música de Claudinho e Bochecha, interpretada por Adriana Calcanhoto, Rocha Loures sem Temer é como ‘avião sem asa, fogueira sem brasa, futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola’”.
Loures foi filmado pela PF com uma mala com R$ 500 mil saindo de uma pizzaria, em São Paulo, onde recebeu a grana. No vídeo, com a mala em punho saiu apressado em direção a um taxi, olhando para todos os lados. Ficou conhecido como o “homem da mala”.
Segundo a PGR, Loures era o operador de Temer para assuntos com o grupo. Ele foi filmado recebendo a mala de Ricardo Saud. De acordo com a investigação, o político é um intermediário entre o presidente e Joesley Batista. O pagamento era parte de R$ 38 milhões que Joesley acertou com Temer para receber vantagens em assuntos de interesse da JBS no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Para Jaime Sarinho, verifica-se que “há substrato probatório mínimo que sustenta a inicial acusatória, existindo justa causa para a deflagração da ação penal”. O magistrado apontou que os relatos da acusação estão “materializados” nos relatórios policiais, áudios, vídeos, fotos e documentos colhidos na investigação da Polícia Federal e PGR.
Segundo a acusação, sob as ordens de Temer, Loures interferiu no Cade para beneficiar a empresa de gás do grupo, que enfrentava um processo contra a Petrobrás no Conselho. Em áudio de conversa com Joesley, Temer indicou o ex-deputado para ser seu interlocutor com o o dono da JBS.