O jurista Modesto Carvalhosa divulgou um vídeo na sexta-feira (18) criticando a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu o pedido de Flávio Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) contra o seu ex-motorista Fabrício Queiroz.
Queiroz, que foi motorista de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta bancária, no período de um ano, inclusive com um repasse de R$ 24 mil para a mulher de Jair Bolsonaro. A movimentação suspeita foi identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Carvalhosa alertou que o STF criou de novo uma “crise institucional” ao suspender a investigação sobre o caso e defendeu o fim do foro privilegiado, que considera imoral e propício à corrupção.
“Não podemos ter essa instabilidade em torno deste valhacouto, deste refúgio, que os corruptos sempre se prevalecem dele para não responderem por seus crimes”, afirmou.
Segundo o jurista, a decisão de Fux “demonstra a necessidade absoluta da mobilização do país, para terminar com o famigerado foro privilegiado”. Ele conclui reforçando a importância de “mobilização” para acabar com o foro definitivamente.
Em vídeo publicado no ano passado, tanto Jair Bolsonaro quanto seu filho Flávio criticaram o foro, colocando-se contrários à sua existência.
No pedido para que o STF suspendesse a investigação contra Queiroz, a defesa de Flávio Bolsonaro alegou ter havido “usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal”, pois os dados solicitados pelo MP-RJ abrangeriam período posterior à eleição dele como senador, quando ele já estaria protegido pelo foro por prerrogativa de função.