
Sob condenação da União Europeia, Rússia e China, entrou em vigor esta terça-feira (7) a primeira etapa das novas sanções do governo Trump contra o Irã, após ilegalmente sair do tratado que foi assinado pelo presidente que o antecedeu, pelos demais integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU e pela Alemanha, e vinha sendo cumprido, como atestou a ONU e a AIEA. De acordo com a Bloomberg, o governo Trump chegou a pedir a Pequim que suspenda suas compras de petróleo iraniano a partir de novembro, e recebeu um sonoro não. A Índia também se recusa a atender tais pressões.
Em comunicado conjunto assinado pelos ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Inglaterra, os principais países europeus rechaçaram a reimposição de sanções por Washington e se comprometeram com a preservação dos fluxos financeiros e das exportações de petróleo e gás do Irã, principal fonte de divisas do país. A União Europeia reeditou medida para proteger suas empresas das sanções unilaterais de Washington por realizarem negócios com o Irã que são legais sob a lei europeia e o direito internacional.
O presidente do Irã, Hasan Rouhani, acusou o presidente Trump de tentar provocar “o caos” no país asiático com a reativação das sanções suspensas pelo acordo nuclear de 2015. As declarações de Trump, agora se dizendo disposto a “dialogar”, foram repelidas por Rouhani, como apenas para “consumo interno dos EUA”. “Se você esfaqueia alguém com uma faca e diz que quer conversar, a primeira coisa que você precisa fazer é remover a faca”, disse Rouhani em um discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal. “Somos sempre a favor da diplomacia e das conversas. … mas as conversas precisam de honestidade”, acrescentou. Ele pediu aos iranianos que se unissem diante das dificuldades. “Haverá pressão por causa de sanções, mas vamos superar isso com a unidade”, afirmou. Teerã anunciou, ainda, medidas para atenuar os efeitos da restauração das sanções, que nesta fase atingem especialmente o câmbio.