Reforma era sigilosa, testemunhou Élcio
Ele confirmou que OAS proibiu uniformes com o nome da empreiteira
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na quarta-feira, dia 20, o caseiro do sítio de Atibaia, Élcio Pereira Vieira, conhecido como “Maradona”, afirmou que a reforma do imóvel foi decidida pela esposa de Lula, Dª Marisa Letícia. O caseiro citou especificamente a reforma em um dos banheiros da propriedade e a ampliação de uma das cozinhas, como “totalmente decidida por Dª Marisa”.
Lula diz que o sítio não é seu, assim como o triplex de Guarujá também não era seu. Segundo as provas apresentadas, a OAS, a Odebrecht e o grupo Schain pagaram R$ 1.266.481,32 (um milhão, duzentos e sessenta e seis mil, quatrocentos e oitenta e um reais e trinta e dois centavos) de propina para Lula, somente através da reforma do sítio, sem contar a aquisição do imóvel.
Se o sítio não é dele, então, por que sua esposa decidia as obras?
O mais revelador, nessa declaração, é que o caseiro não era uma testemunha da acusação.
Pelo contrário, Élcio Pereira Vieira depôs como testemunha de defesa de Lula.
Por exemplo, disse que Lula “nunca pediu favores e muito menos passou recados”.
Essa declaração é desmentida pelo depoimento de Misael de Jesus Oliveira, empregado da OAS Empreendimentos, que testemunhou, também diante de Moro, na segunda-feira.
“A primeira-dama me pediu diretamente algumas coisas”, disse o funcionário da OAS. “O presidente, só através de recados. [Maradona] falava: o presidente tá perguntando quando vai ficar pronto o lago, quando que vai mexer no lago, o que está acontecendo no lago”.
“[Dª Marisa] me pediu para ver com ela para colocar o forno, me pediu para a gente olhar, dar uma opinião para ela. Todas as quartas ela ia [ao sítio] com o segurança e nos finais de semana.”
Sobre como era feito o pagamento do material para as reformas, Misael declarou que “quando eu saía da OAS, do escritório da Avenida Angélica, eu levava um valor em dinheiro. Junto com esses valores em dinheiro, eu fazia as compras e guardava as notas. Tudo que eu comprava lá em Atibaia, nos depósitos da região, eu prestava contas quando eu voltava para a empresa”.
Esse procedimento era anormal dentro da própria empresa. Nas outras obras, disse o funcionário da OAS, “tudo é pela compra da própria empresa, do setor de compras”.
No sítio de Atibaia, no entanto, nada era comprado em nome da OAS: “eu pedia no meu nome, ‘Misael’. Pedia para entregar no endereço que era no sítio”.
Além disso, tudo era comprado em dinheiro vivo.
O funcionário da OAS também relatou o início de seu trabalho no sítio:
“Meu gerente, Luís Alberto, me chamou na área dele, com mais três pessoas que trabalhavam comigo, e falou que a gente ia fazer uma reforma num sítio em Atibaia, seria uma reforma no sítio do presidente.”
Os funcionários que trabalhavam no sítio eram obrigados a deixar na empresa o crachá da OAS, declarou Misael: “Eles pediram para a gente fazer sigilo porque a gente ia trabalhar no sítio do presidente. ‘Ninguém pode ficar sabendo disso, nem aqui na empresa, nem fora’. [Disseram] que a gente não usasse o uniforme da empresa”.
Assim, “foi feito um uniforme sem o nome da empresa” para os que trabalhavam no sítio de Atibaia.
Misael revelou que, dos projetos que a OAS ficou de realizar no sítio, não foi construída uma capela: “Assim que passasse a eleição, ia começar o serviço da capela. Conversando com o pessoal da empresa, eles pediram para esticar um pouco, para deixar a eleição passar. Pelo que eu entendi, se a Dilma ganhasse, a gente fazia a obra”.
Dilma, realmente, ganhou as eleições, turbinada pelas propinas da Odebrecht, JBS, OAS, etc. Porém, tudo indica que a capela não foi construída devido a outro problema: a Operação Lava Jato.
Em seu depoimento da quarta-feira, o caseiro Maradona revelou que sabia do sigilo em torno das obras, inclusive que a OAS proibira o uso dos uniformes da empresa pelos trabalhadores. Em 2010, disse Maradona, uma turma de 20 a 25 pessoas construiu quatro suítes e um galpão, mas nenhum dos trabalhadores tinha alguma identificação da empresa para a qual trabalhavam.
Também admitiu que conhecia o diretor técnico da OAS, Paulo Gordilho, encarregado pelo presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, das obras do sítio. Gordilho esteve no sítio para saber o que Lula e Dª Marisa queriam que a OAS fizesse. Porém, disse o caseiro que não sabia que Gordilho era da OAS.
Uma questão especial foram os e-mails trocados pelo caseiro com o Instituto Lula.
Por exemplo:
No dia 21 de abril de 2014, Maradona enviou para o Instituto Lula, um e-mail com o título “avião aqui na chacara hoje pela manhã” e uma foto.
No dia 5 de outubro, o caseiro Maradona enviou um e-mail para o Instituto Lula com o título “armadilha”, informando: “morreu mais um pintinho essa noite e caiu dois gambá nas armadilhas”.
No dia 23 de outubro, outro e-mail de Maradona para o Instituto Lula, com o título ‘pintinho’, em que diz: “a pirua esmagou os tres pintinhos de pavão que estava com ela”.
Por que ele enviou esses e-mails para o Instituto Lula, se o sítio não era de Lula?
Na quarta-feira, diante do juiz Moro, o caseiro declarou que Dª Marisa lhe disse: “Tudo que tiver relacionado à horta e aos bichos você me passa nesse e-mail”.
Em tudo isso, há, ainda outro problema, além do fato de que Dª Marisa e o próprio Lula tratavam o sítio como seu, decidiam as obras que bem entendiam, cuidavam dos animais, guardavam seus pertences pessoais, incluindo uma adega, no sítio, compravam pedalinhos para seus netos usarem no lago do sítio, etc., etc.
O problema é que o caseiro Maradona, em um de seus e-mails, colocou, como assunto, “chácara do presidente”, e, em outro e-mail, “sítio do presidente”.
A defesa pediu que o caseiro explicasse porque colocou aqueles títulos nos e-mails.
Disse o caseiro Maradona que tudo foi “uma brincadeira”. Segundo seu relato, houve uma partida de futebol entre os seguranças e os amigos do presidente. Um dos últimos – justamente Fernando Bittar, em nome do qual está metade do sítio – teria falado: “Quem ganhar aqui vai ficar com a chácara”.
Como o time de Lula ganhou a partida, “eu intitulei ‘Chácara do presidente’. Mas era uma brincadeira”.
Em relação ao outro e-mail, intitulado “sítio do presidente”, o caseiro disse que “não sou bom em português. Eu intitulei sítio do presidente, mas eu queria ter escrito sítio pro presidente”.
Se essas foram as melhores histórias que a defesa de Lula conseguiu imaginar – e fazer o caseiro repeti-las –, aguardemos o depoimento do próprio réu, marcado, pelo juiz Moro, para o dia 11 de setembro.
A PF apurou que, de 2011 a 2016, Lula esteve 270 vezes no sítio de Atibaia – e houve um total de 546 deslocamentos (um a cada quatro dias) dos carros que estavam à sua disposição, como ex-presidente, entre sua casa, em São Bernardo, e o sítio.
Com certeza, porque o sítio não era “do presidente”, mas “pro presidente”.
CARLOS LOPES
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“O triplex não é meu” ou as provas que Lula garante que não existem
A CÚPULA DO PSDB ESTÁ BOICOTANDO GERALDO ALCKMIN
A pesquisa mais recente do Datafolha indicou 34% dos eleitores sem saber em quem votar. Em segundo lugar, com 30%, um candidato ficha suja, condenado como ladrão e chefe de ladrões de dinheiro dos pobres, seguidos por outros candidatos, a maioria sem experiência. Como os dois primeiros colocados são inviáveis e a pesquisa coloca em terceiro lugar dois candidatos empatados tecnicamente, um do Acre e outro do Rio de Janeiro, e estes seguidos por representante do Ceará, isso é indicativo de que os eleitores estão abestados, pois, preferem votar em quem não tem o que mostrar para ser Presidente de um País de dimensões continentais e mergulhado em problemas de segurança, carecendo de alguém que já tenha mostrado competência no combate à violência e à marginalidade. Os abestados abrem mão de Geraldo Alckmin, que governou o Estado de São Paulo quatro vezes, e o Centro de Liderança Pública, avaliando os 26 Estados e o Distrito Federal, computando capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental e social, dando notas de zero a 100, coloca o Estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin quatro vezes, como o de melhor performance, com média de 87,8 (medida de 0 a 100), muito acima do Rio de Janeiro, representado pelo capitão Bolsonaro, do Acre, representado por Marina da Silva, ou do Ceará, representado por Ciro Gomes. Não é por acaso que milhares de Nortistas e Nordestinos, do Acre, de Marina da Silva, do Ceará, de Ciro Gomes, e de outros Estados do Norte e Nordeste correm para São Paulo em busca de uma vida digna, e essa vida mais digna lhes pode ser dada nos seus Estados se os eleitores deixarem de ser abestados e votarem em quem já mostrou que sabe governar com competência. E a busca por dias melhores se estende aos cariocas, mergulhados em corrupção e principalmente em violência, onde não se viu nenhuma ideia do capitão candidato para combatê-la, muito diferente do que se vê em São Paulo. Os fatos estão ululando e dizendo aos eleitores que Brasil carece da competência de Geraldo Alckmin. Os eleitores devem pensar nisso na hora de votar, pois, olhando os Estados de origem dos demais candidatos não há como ter dúvida de que o melhor candidato para Presidente do Brasil é o Governador Geraldo Alckmin, deploravelmente sendo sabotado por lideranças do PSDB, que deviam repetir essas verdades em todos Municípios do Brasil, pois, se os eleitores souberem disso, meu candidato, que parece não ser o do PSDB, será eleito no primeiro turno.
José Conrado de Souza
Eleitor que vai votar em Geraldo Alckmin.