Decisão ocorre após a crise que provocou o afastamento do presidente do Banco de Brasília, na última terça (18)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou réus o governo do Distrito Federal e a chefe de gabinete do governador Ibaneis Rocha, Juliana Monici, tornaram-se réus por decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no processo que envolve o Banco de Brasília, depois que seu presidente, Paulo Henrique da Costa, em meio à investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, foi afastado do cargo, fato que aconteceu quando se encontrava – como se encontra – no exterior.
Tanto o governador como sua chefe de gabinete já receberam a citação.
Juliana, no caso, responderá no processo por integrar o Conselho Fiscal do banco e o governo na condição de acionista da instituição. Os detalhes da decisão da CVM ainda não foram publicizados.
Trata-se de mais uma consequência das tenebrosas transações entre o BRB e o Banco Master, cujo dono, Daniel Vorcaro, foi preso tentando fugir do país. Ibaneis e sua vice, Celina Leão, tentaram por todos os meios promover a compra do banco fraudulento, o que foi inviabilizado por decisão do Banco Central, o que não impediu a compra de bilhões de debêntures podres.
As investigações, até o momento, apuraram que o BRB transferiu R$ 12,2 bilhões ao Master entre janeiro e maio deste ano, motivando uma ordem judicial que permitiu o bloqueio de bens nesse valor. Em outro momento, o BRB transferiu R$ 16,7 bi ao Master. Nesta terça (18), o Banco Master foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central.
Ibaneis Rocha disse que encaminhou à Procuradoria do Distrito Federal um pedido de parecer sobre a decisão da CVM. “Diante da informação que a decisão contraria a jurisprudência dos tribunais, devo me reunir com a procuradoria na segunda feira”, afirmou, tentado minimizar uma crise que já deflagrou um processo de constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF.
O deputado distrital Gabriel Magno (PT) foi à tribuna do legislativo local, esvaziado pelos governistas, denunciar que o caso do BRB com o Banco Master representa “o maior escândalo de corrupção da história de Brasília”, e comparou os números com a operação Caixa de Pandora, deflagrada em 2009, que teria gerado um prejuízo de aproximadamente R$ 600 milhões aos cofres públicos. A atual, até o momento, já teria provocado um rombo de R$ 12 bilhões, número que pode ser avultado com o andar das investigações.
O parlamentar também informou que restam apenas 2 assinaturas de deputados distritais para que o requerimento de constituição da CPI seja apresentado na CLDF.











