
Dois casos de maus tratos a crianças vieram à tona nas redes sociais e chocaram a população. A primeira, foi uma criança de 2 anos flagrada dentro de uma espécie de “jaula” no Centro de Educação Infantil (CEI) 7, em Sorocaba (SP).
O outro caso foi em uma escola de educação infantil que fica no bairro Cambuci, Zona Sul. Casos foram descobertos após uma professora esconder o celular e gravar. A Polícia pediu à Justiça prisão temporária dos dois donos.
O vídeo da criança de Sorocaba foi feito em 25 de maio por um morador mas só foi divulgado na última quinta-feira (22). As imagens mostram a criança dentro da gaiola chorando e pedindo pela mãe. Segundo a testemunha que fez o registro, a ação foi para corrigir mau comportamento na unidade de educação infantil.
A Prefeitura de Sorocaba informou que a corregedoria municipal abriu uma sindicância para apurar a denúncia no CEI 7. Ainda conforme a testemunha, a mãe da criança foi abordada pela diretora alegando que, naquele dia, a professora teria colocado o menino no “cantinho do pensamento” e que a situação teria sido denunciada por uma vizinha.
Com o passar dos dias, a mãe notou uma mudança no comportamento do filho, como mais agressivo, inquieto, além de acordar gritando durante a noite e falar que a “escola bateu”.
A Secretaria da Educação (Sedu) informou que recebeu a denúncia e acionou a Corregedoria Geral do Município para apurar o ocorrido e disse que vai tomar todas as providências cabíveis, repudiando o caso. A pasta também acionou o Conselho Tutelar.
O advogado confirmou a denúncia e disse que no dia do ocorrido a mãe foi abordada pela diretora e por um funcionário da Secretaria de Educação que, a princípio, expuseram o ocorrido, mas se negaram a apresentar as referidas imagens.
A família teve o conhecimento das imagens dias depois dos fatos, após localizarem a vizinha que teria ajudado a criança.
“Todas as medidas respeitantes ao caso já estão sendo tomadas para evitar que outras crianças também possam passar pelo mesmo tipo de situação constrangedora e infeliz”, informa o advogado Rodrigo Rollo.
A prefeitura de Sorocaba informou que o chefe do Executivo, prefeito Rodrigo Manga, determinou na quinta, o imediato afastamento da servidora da Educação, cujos atos supostamente imputados a ela contra uma criança estão sendo investigados pela Corregedoria Geral do Município.

ESCOLA PEQUIÁ
A Polícia Civil de São Paulo investiga denúncias de maus-tratos em alunos dentro da escola particular Pequiá, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Pais e professores registraram boletim de ocorrência contra o estabelecimento de ensino.
A polícia pediu a prisão temporária dos dois donos. Os casos foram descobertos porque uma das professoras, depois de testemunhar cenas de maus-tratos e humilhações, conseguiu esconder o celular e gravar. Uma foto mostra um menino amarrado pela blusa em um poste.
Com as provas, ela procurou algumas mães de alunos e foi até a delegacia do bairro no último domingo (18). No boletim de ocorrência, a professora relatou punições, humilhações e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia como esperado pelos donos.
“Até em questão de xixi elas eram punidas, de ficar o dia inteiro com as necessidades na roupa, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo”, disse a professora Anny Garcia Junqueira, que fez a denúncia.
Em um dos vídeos mostra um dos alunos sendo humilhado na frente dos colegas por escapar xixi na roupa.
Em outro, uma mulher, identificada como a dona da escola, grita para que uma menina de apenas 1 ano guarde os brinquedos.
“Fiquei horrorizada. Chorei, chorei e não podia acreditar que acontecia isso”, diz a mãe da criança.
Ainda, depois da primeira denúncia, outras situações vieram à tona. De acordo com a SSP, três boletins de ocorrência sobre o caso foram registrados. O 6º Distrito Policial solicitou à Justiça a prisão temporária dos dois donos da instituição, assim como mandado de busca e apreensão.
O caso segue sob investigação por meio de inquérito policial instaurado. A polícia já realizou a oitiva de 14 pessoas, entre mães e professoras.
Ainda, em uma mensagem de áudio enviada aos pais, uma ex-professora relatou que o menino vomitou depois que foi forçado a comer toda a fruta da merenda.