Os documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Castelo de Areia na casa de Pietro Giavina Bianchi, diretor financeiro da empreiteira Camargo Correa, reúnem indícios de pagamento de propina pela empresa a membros do governo tucano de São Paulo, no período entre 2006 e 2008.
Entre os citados está Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”, diretor do Dersa – órgão responsável pelo Rodoanel, amigo de Aloysio Nunes Ferreira, ex-secretário da Casa Civil de José Serra e candidato a senador pelo PSDB. O diretor, demitido sem explicações oficiais oito dias depois da inauguração do trecho sul, dia 1º de abril, teria recebido quatro pagamentos mensais de R$ 416.500 desde dezembro de 2007, segundo matéria da revista Época desta semana.
Um dos manuscritos de Bianchi, datado de 2006, contém anotações relacionadas às obras do Metrô e do “anel viário” relacionando valores ao lado das iniciais “AM”, que seriam do deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB), que foi chefe da Casa Civil na gestão de Geraldo Alckmin. Os valores, contabilizados como “custos diversos”, representariam R$ 326.500.
Estranhamente, todos os processos originados pela Operação Castelo de Areia, deflagrada em março de 2009, foram suspensos em janeiro deste ano por decisão liminar do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, que acolheu pedido da defesa da empreiteira que reclama de irregularidades na investigação.