O Partido Comunista da Venezuela (PCV) avaliou que a recente decisão do governo de Nicolás Maduro de aplicar um plano de racionamento elétrico em várias regiões do país confirma as denúncias feitas pelos trabalhadores da indústria do setor sobre os graves problemas da mesma. Os sindicalistas eletricitários exigem ainda a liberdade incondicional do dirigente Elio Palacios, detido no Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, SEBIN, por denunciar publicamente a situação do serviço elétrico.
Yul Jabour, membro do Birô Político do PCV, respondendo à explicação do governo de que a precariedade denunciada é causada por ataques da oposição, afirmou que embora existam evidentes atos de sabotagem, estes não constituem a principal causa dos problemas que afetam a indústria elétrica nacional. “Existem problemas gerenciais, da pouca capacidade de gestão que as autoridades da Corporação Elétrica Nacional, CORPOELEC, têm demonstrado; além dos problemas na geração, distribuição e manutenção da própria empresa. Tudo isso deve ser revisado”, expressou Jabour.
O Partido Comunista, que declarou seu apoio à candidatura presidencial de Maduro nas eleições que ocorrerão em 20 de maio deste ano com a premissa de que “não pode haver cheque em branco para ninguém”, também rechaça a atitude do governo de encarcerar dirigentes sindicais, camponeses e do movimento popular que realizam denúncias sobre instituições ou empresas públicas, assim como sobre as deficiências na prestação de serviços.
O PCV indicou que o governo deve ouvir os trabalhadores organizados e não só aos funcionários que ocupam cargos de chefia em cada área.
Finalmente, pede que sejam avaliadas criticamente as gestões dos Ministérios de Energia Elétrica, Alimentação e Agricultura, e realizar as correções necessárias, inclusive o afastamento dos ministros.
No decorrer deste ano, já se produziram um total de 4.013 interrupções no serviço de energia elétrica, denunciou o Comitê de Atingidos pelos Apagões, segundo dados obtidos pelo portal Caraota Digital.
De acordo com as informações, o número de apagões foi incrementando-se consecutivamente com o passar dos meses. Em janeiro houve 531 interrupções, em fevereiro, 1.025 e em março, 2.457.