
Nesta segunda-feira (12), o técnico italiano Carlo Ancelotti foi anunciado como novo comandante da Seleção Brasileira. O anúncio foi realizado pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
Com passagem por Milan, Chelsea, PSG, Bayern de Munique, Napoli, Everton e Real Madrid, o técnico fará sua estreia oficial no dia 6 de junho, em partida contra o Equador, válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
Ancelotti chega para substituir Dorival Júnior, que deixou o cargo em março após 14 meses à frente da equipe.
“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Carlo Ancelotti terá um salário mensal de R$ 5 milhões, tornando-se o técnico de seleção mais bem pago do mundo. O valor supera os vencimentos de Thomas Tuchel, treinador da Inglaterra, que recebe R$ 3,1 milhões mensais, e de Mauricio Pochettino, à frente da seleção dos Estados Unidos, com R$ 2,8 milhões mensais. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aposta no currículo vencedor do técnico italiano para recolocar a Seleção entre as potências do futebol mundial.
Considerado um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol, Ancelotti é o único técnico a conquistar a Liga dos Campeões da UEFA em quatro ocasiões – duas vezes com o Milan (2003 e 2007) e duas com o Real Madrid (2014 e 2022). Além de seu sucesso continental, o italiano alcançou outro feito raro: venceu campeonatos nacionais nas cinco principais ligas da Europa. Foram títulos na Itália (Milan), Inglaterra (Chelsea), França (Paris Saint-Germain), Alemanha (Bayern de Munique) e Espanha (Real Madrid), um feito que o coloca em uma posição única na história do esporte.
QUARTO ESTRANGEIRO A DIRIGIR A SELEÇÃO
Apesar de desagradar uma parcela da torcida que defende a presença de um técnico brasileiro à frente do Brasil, Ancelloti não é o primeiro treinador estrangeiro a comandar a Seleção Canarinho. A presença estrangeira, contudo, não é algo que traga grandes lembranças aos brasileiros.
Apesar da escolha não ser inédita, a última vez que um estrangeiro esteve no banco comandando a Seleção Brasileira foi há 60 anos. O argentino Filpo Nuñez comandou a Amarelinha em apenas uma partida, na vitória de 3 a 0 sobre o Uruguai no Mineirão, em setembro de 1965.
Naquela época, ele treinava o Palmeiras, e a equipe paulista representou o Brasil no confronto que inauguraria o estádio mineiro. Apesar de Nuñez ter ficado à beira do campo apenas neste jogo, o Brasil era treinado por Vicente Feola.
Técnicos estrangeiros na história da Seleção Brasileira:
- Ramón Platero (Uruguaio) – 1925: 4 jogos
- Joreca (Português) – 1944: 2 jogos
- Filpo Nuñez (Argentino) – 1965: 1 jogo
- Carlo Ancelotti (Italiano) – 2025
CRISE NA CBF
O anúncio antecipado da contratação do italiano (que era esperado somente a um comunicado do Real Madrid) ocorre em meio ao andamento das acusações contra o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ouviria, na tarde desta segunda, o vice-presidente da CBF Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, para comprovar suas condições físicas e cognitivas. A oitiva, porém, foi cancelada por motivos de saúde.
O depoimento aconteceria após o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes mandar o TJ investigar uma suposta falsificação da assinatura de Nunes no acordo que validou a eleição de Ednaldo. Os indícios de fraude foram levados ao STF pela deputada Daniela Carneiro (União-RJ) e por Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade.