Milhões de pessoas foram afetadas pela falta d’água no Rio de Janeiro e em 7 municípios da Baixada Fluminense (Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados) devido à manutenção anual do sistema feito pelas concessionárias Águas do Rio e Iguá Saneamento, que operam a Cedae [Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio de Janeiro], após a privatização da empresa pelo governador Cláudio Castro.
Como afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, “é absolutamente compreensível que o sistema de água da cidade do Rio de Janeiro tenha que passar por sua manutenção anual. Obviamente, ideal seria que isso acontecesse no inverno, mas imagino que existam razões para que não aconteça assim. O que não dá para aceitar é que passadas as 24hs dessa manutenção o abastecimento de água ainda não tenha sido normalizado”.
O prefeito cobrou uma resposta das concessionárias pela demora na normalização e disse que acionou o Procon “para aplicar as devidas punições”.
Além de afetar a população de maneira geral, a demora no retorno da água – que desde terça-feira (26) até este sábado ainda não foi 100% normalizado -, impactou o comércio, hospitais e clínicas, que suspenderam cirurgias, e diversas instituições, como escolas e universidades, que suspenderam as aulas, e até o Tribunal de Justiça do Rio, que trocou o atendimento presencial pelo remoto.
Segundo a Cedae, o retorno da operação foi feito de forma gradativa a pedido das concessionárias, que executavam reparos na rede de distribuição.
Logo que foi privatizada, em 2021, as concessionárias que operam a Cedae implementaram diversos PDVs (Plano de Demissão Voluntária), num verdadeiro desmonte da empresa, visando apenas o lucro. O resultado se reflete no péssimo serviço prestado à população, como constantes interrupções no abastecimento de água, além do aumento exorbitante das tarifas e da falta de saneamento nas áreas pobres e periféricas do Rio e Baixada Fluminense.