Celso de Mello rejeita a “mediocridade” de “um político menor” e anuncia voto em Lula

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), jurista Celso de Mello. Foto: Nelson Jr - SCO - STF

Ex-decano do Supremo era um dos apoios buscados após a declaração de Joaquim Barbosa. Ele o fez por meio de nota pública

Depois de o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, declarar publicamente apoio e voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-decano do STF, Celso de Mello, se soma ao ex-colega de Corte e é mais um ex-presidente da Corte a declarar voto no ex-presidente no primeiro turno.

A declaração foi feita por meio de nota pública, na noite da terça-feira (27), por Mello ao coordenador do grupo de juristas Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, que o procurou em busca de vídeo similar ao de Barbosa.

O tom da nota é duríssimo contra o atual presidente.

O ex-ministro já vinha adotando essa característica em declarações e artigos recentes, como por ocasião dos manifestos em defesa da democracia.

Na nota de apoio a Lula, Celso de Mello classifica o presidente Jair Bolsonaro (PLP) como “a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial, de elevado coeficiente de mediocridade, destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República”.

Assim, a opção por Lula, já no primeiro turno, é em forma de repulsa a Bolsonaro.

DERROTAR BOLSONARO

O ex-ministro alegou razões de saúde para não gravar vídeo em que faria a declaração, como fez Barbosa. Todavia, ele manifestou entusiasmo com a ideia de se somar a um grupo crescente de personalidades do meio jurídico e de outras áreas que têm declarado voto em Lula pela necessidade de derrotar Bolsonaro.

O apoio de Celso de Mello foi comemorado porque, assim como Barbosa, ele foi muito duro com o PT na época do julgamento do chamado “mensalão”. Portanto, a declaração de voto dele é vista como capaz de sensibilizar a parcela da sociedade que ainda hesita em votar em Lula por conta dos escândalos de corrupção dos governos petistas, pela enfática maneira com que ele aponta a incapacidade de Bolsonaro de governar.

“UMA HONRA” PARA A CAMPANHA DE LULA

Marco Aurélio de Carvalho disse ao blog da jornalista Vera Magalhães que Celso de Mello é “um exemplo de retidão, de caráter, compromisso com o país, de espírito público”.

Para ele, o apoio do ex-ministro é “uma honra” para a campanha de Lula. “É alguém que nunca se acovardou nem se escondeu na conveniência do silêncio. Uma inspiração para todos os operadores do direito”, disse o advogado.

Leia a íntegra da nota de Celso de Mello:

“A atuação de Bolsonaro na Presidência da República revelou a uma Nação estarrecida por seus atos e declarações a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial , de elevado coeficiente de mediocridade , destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República, e cujo comportamento vulgar, de todo incompatível com a seriedade do cargo que exerce, causou o efeito perverso de vergonhosamente degradar a dignidade do ofício presidencial ao plano menor de gestos patéticos e de claro (e censurável) desapreço ao regime em que se estrutura o Estado Democrático de Direito!

Em defesa da sacralidade da Constituição e das liberdades fundamentais, em prol da dignidade da função política e do decoro no exercício do mandato presidencial e em respeito à inviolabilidade do regime democrático, tenho uma certeza absoluta: NÃO votarei em Jair Bolsonaro! É por tais razões que o meu voto será dado em favor de Lula no primeiro turno.”

(CELSO DE MELLO, ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, biênio 1997-1999).

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