A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou anotações no celular do lobista Milton Lyra, que atua junto ao PMDB, preso preventivamente na semana passada sob suspeita de irregularidades no fundo de pensão Postalis (Correios), levantam suspeitas de pagamentos ao ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP).
Segundo informações divulgadas pelo jornal “O Globo”, nos arquivos encontrados há diversas anotações curtas de texto com siglas e valores que ainda estão sendo analisadas pela Procuradoria-Geral da República. A referência mais explícita, porém, é a que sugere a realização de seis repasses ao ministro de Temer.
No celular constava a frase: “Baldy. Conta corrente 6x 450”. O arquivo é de março de 2013, quando Baldy era secretário de Indústria e Comércio do governo de Goiás. Também foi encontrada uma foto do ministro com o lobista na adega da casa de Lyra. A imagem estava salva com data de 31 de janeiro de 2015.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, conhecido “Angorá” na Lava Jato, é outro que aparece nos registros. Em uma agenda com compromissos para a semana de 9 de fevereiro de 2015, ele cita nominalmente “Moreira Franco”, sem dar detalhes do assunto tratado.
A documentação faz referência ainda sobre repasses a partidos políticos e encontros com autoridades. Os partidos são os seguintes números: PT (550), PMDB (550), PP (500) e PDT (550 – 50 = 500). Sobre os partidos, as anotações não deixam dúvidas de que Milton Lyra registrava informações ligadas a repasses financeiros. A data deste documento é 2013.
A Polícia Federal já havia encontrado indícios, na agenda física do lobista, de que ele atuou para obter doações da Engevix ao PMDB de Alagoas em 2014, ou seja, trabalhou como intermediário de repasses de uma empresa ao partido.