É o que afirmam os investigadores que participaram da perícia dos aparelhos
Fontes da Polícia Federal dão conta de que informações novas e valiosas estão sendo extraídas dos celulares do advogado Frederick Wassef e do general da reserva Mauro César Cid, e que a ajuda internacional em diligências e mais quebras de sigilos nos EUA serão decisivas. As informações são do site G1.
Segundo a PF, a perícia nos aparelhos apreendidos está ajudando no fechamento da investigação com uma enorme riqueza de detalhes. Os investigadores estão incluindo as novas informações para precisar a solicitação que será encaminhada aos Estados Unidos. Eles avaliam que a cooperação dos americanos tem que ser feita com o máximo de objetividade.
O pedido de cooperação da PF que será encaminhado aos Estados Unidos via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), vinculado ao Ministério da Justiça, prevê quebras de sigilo bancário em contas dos investigados. Prevê também a solicitação de diligências por parte do FBI em endereços de joalherias, de intermediários e outros locais ligados direta e indiretamente aos investigados pela Polícia Federal.
As confissões de Cid à PF já estão ajudando a PF a detalhar roteiro do golpe e o envolvimento de militares bolsonaristas. Nos depoimentos em curso, que estão sendo filmados e gravados, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também tem falado sobre o esquema de venda ilegal de joias recebidas pelo ex-presidente em viagens ao exterior. Nomes de militares —como Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)— estão sendo citados, segundo o G1.
Segundo as investigações da PF, Mauro Cesar Lourena Cid era o responsável por negociar as joias e os demais bens desviados por Bolsonaro nos Estados Unidos. Lourena recebia os valores em sua conta bancária. O dinheiro da venda das joias e relógios, segundo a PF, era depositado em conta do general na Flórida (EUA). Já foi pedida cooperação internacional os Estados Unidos para que o sigilo dessa conta seja quebrado.
Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que o general movimentou quase R$ 4 milhões em contas bancárias entre fevereiro de 2022 e maio de 2023.