
Os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) estão em greve desde o dia 7 de abril, por tempo indeterminado.
Os trabalhadores lutam contra os ataques do governador Romeu Zema, que, com vistas à privatização, além de promover o desmonte da estatal com avanço indiscriminado da terceirização em todos os setores e precarização dos direitos dos trabalhadores, ataca agora o Plano de Saúde da categoria.
O movimento grevista em todo o estado é liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), e conta também com a participação do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), da Associação dos Eletricitários Aposentados e Pensionistas da Cemig e Subsidiárias (AEA-MG), do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Juiz de Fora (STIEEJF), e da Associação dos Beneficiários da Cemig Saúde e Forluz (ABCF).
As entidades denunciam a retirada da contribuição mensal da empresa ao plano de saúde, fazendo com que o custo recaia sobre os trabalhadores; reajuste abusivo de 60,5% na Cemig Saúde; pressão para que trabalhadores migrem para planos inferiores; e descumprimento de acordos firmados há mais de 20 anos.
Em nota, o Sindieletro-MG afirma: “A Cemig Saúde é nossa. E não abriremos mão do que é legítimo, conquistado com luta e unidade. A greve continua”.
Na terça-feira (8), os trabalhadores realizaram atos públicos em diversos municípios do estado e uma grande manifestação na capital mineira, que reuniu trabalhadores ativos, aposentados e seus familiares, em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Segundo o STIEEJF, a greve foi necessária porque a estatal, “sem divulgação prévia de estudo atuarial, aplicou um reajuste de mais de 60% nas mensalidades de seus beneficiários, descumprindo uma decisão judicial que a impedia de praticar tal ato”.
De acordo com o sindicato, se essa mudança se impor, “milhares de trabalhadores e aposentados serão expulsos do direito à Saúde. 57 mil beneficiários seriam impactados, em sua maioria idosos”.
O sindicato afirma ainda que, além disso, a empresa enviou, na última sexta-feira (31), um boleto aos beneficiários, com vencimento no dia 15 deste mês, transferindo a eles sua parte no custo da manutenção do plano, com o valor total de R$ 1.051,73. Apenas os beneficiários protegidos por liminares judiciais teriam a parcela de patrocínio paga pela própria Cemig.
Ontem (10), após os sindicatos impetrarem mandado de segurança coletivo, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG) concedeu liminar favorável aos trabalhadores, determinando a suspensão da cobrança da cota patronal do plano de saúde PSI da Cemig, que havia sido transferida integralmente para os beneficiários. Além disso, a liminar determina ainda a restituição dos valores já descontados e multa diária de R$ 1.000,00 em caso de descumprimento. A medida vale até decisão definitiva na Justiça do Trabalho.