As centrais sindicais se reuniram na manhã de sexta-feira (8), em São Paulo (SP), para definir as aproximas ações de mobilização contra a reforma da Previdência de Temer.
Sob a forma de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, o governo vem tentando impor ao povo o fim da previdência pública, uma vez que o conteúdo dessa PEC tornará quase impossível ao trabalhador atingir a aposentadoria. “A Proposta enviada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional não tem o objetivo de combater privilégios, como sugere a propaganda oficial. Vai retirar direitos, dificultar o acesso e achatar o valor das aposentadorias e pensões dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, bem como abrir caminho para a privatização do sistema previdenciário”, diz a nota conjunta das centrais.
Reunidas na plenária do setor dos transportes de São Paulo, realizada segunda-feira, 11, (veja aqui), as centrais defenderam o estado de greve permanente até o fim do ano, enquanto o governo tenta pôr a PEC em votação. Caso ela vá de fato ao plenário, as Centrais farão uma greve geral no dia 19.
Ainda para evitar que a PEC entre em votação foi aprovado um calendário de mobilizações como pressão sobre os deputados em atividades públicas, aeroportos e no Congresso Nacional; realização de plenárias, assembleia e reuniões com sindicatos para construir o calendário de luta; elaboração de panfleto e panfletagens para esclarecer sobre os riscos da reforma da previdência; além de uma nova reunião das centrais no dia 14.
As entidades denunciam que “é falsa a ideia de que existe déficit da Previdência. Para melhorar as contas públicas é preciso cobrar mais impostos dos ricos, fazer com que os empresários paguem o que devem à Previdência, taxar as grandes fortunas, os dividendos e as remessas de lucros ao exterior”, e apontam ainda que “a contrarreforma do governo é inaceitável para a classe trabalhadora e as centrais sindicais e tem custado caro aos cofres públicos. Por isto é rejeitada pela maioria dos brasileiros e brasileiras”.
“Quem de fato goza de privilégios neste País são os banqueiros e os grandes capitalistas, que devem mais de 1 trilhão de reais ao INSS, não pagam e, pior, não são punidos. Os atuais ocupantes do Palácio do Planalto servem a essas classes dominantes. Tanto isto é verdade que o governo já havia desistido de aprovar a sua contrarreforma neste ano. Voltou atrás por pressão do chamado ‘mercado’”, denuncia a nota.