Centrais repudiam golpismo e convocam trabalhadores a defender a democracia

Foto: Reprodução/Twitter

Assim como a esmagadora maioria das organizações da sociedade civil, juristas, entidades e personalidades políticas, as centrais sindicais também repudiaram a conduta golpista de Bolsonaro em sua reunião com embaixadores na segunda-feira (18).

Por meio de nota, as centrais CTB, NCST, UGT, Intersindical e Pública, chamam a atitude de Bolsonaro de “indigna”, apontam para o “gravíssimo momento que vive a nação” e convocam os trabalhadores e toda a sociedade a se mobilizarem em defesa da “paz, da democracia e da realização das eleições”.

“O Sr. Bolsonaro, sem fundamento algum e de forma irresponsável, alega insegurança das urnas eletrônicas, utilizadas no Brasil há 25 anos e em pelo menos 23 países, sem nunca apresentarem nenhum problema”, afirmam as entidades.

As centrais acusam ainda o presidente de, com “sua omissão” diante de fatos gravíssimos como “o assassinato de Marcelo Arruda, dirigente do PT, em Foz de Iguaçu, o atentado com uma bomba caseira em ato com o Lula no Rio de Janeiro, as agressões na caminhada com Marcelo  Freixo, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro e o assassinato dos líderes ambientalistas, o jornalista Dominic Mark Phillips (Dom Phillips) e o indigenista Bruno Pereira”, estimular “as  hordas fascistas de fanáticos que o apoiam”.

Segundo as centrais, “em três anos de governo, o Sr. Bolsonaro jogou o país no caos, na mais profunda crise de sua história. A carestia suplicia o povo. Mais de 33 milhões de brasileiros passam fome. O desemprego recorde esmaga os trabalhadores. As águas dos nossos rios são envenenadas, nossas florestas são desmatadas e as terras indígenas são invadidas”.

“Inconformado com a indignação popular e com a iminência da derrota eleitoral, constatada em todas as pesquisas, tenta fraudar as regras eleitorais e a Constituição, desviando mais de 40 bilhões de recursos públicos para manipular e enganar o povo”, afirma a nota.

Para as entidades, “não há tempo a perder. Convocamos a todos os trabalhadores e a toda sociedade a barrar essa tentativa de golpe”, conclamam.

“ESPETÁCULO PATÉTICO DE BOLSONARO”

Em outro documento, assinado pelos presidentes da CUT, Sergio Nobre; Miguel Torres, Presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, Presidente da UGT; Adilson Araújo, Presidente da CTB; Oswaldo Augusto de Barros, Presidente da NCST, e Alvaro Egea, Secretário Geral da CSB, as centrais mais uma vez repudiam o ato de Bolsonaro.

Segundo a nota, “o espetáculo patético e perigoso patrocinado por Jair Bolsonaro, ao reunir embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para atacar, com mentiras e fantasias, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral, as urnas eletrônicas e todo o sistema eleitoral e a democracia brasileira, angariou amplo repúdio de vastos setores do povo, das mais importantes organizações da sociedade civil do país e até da comunidade internacional”.

Para as entidades, “frente à crescente rejeição ao seu governo, que se notabilizou pela disseminação da fome, da carestia, do desemprego elevado, pela volta da inflação e dos juros elevados, pela corrupção e pelo descalabro administrativo, a possibilidade de reeleição de Bolsonaro parece cada vez mais longe”.

“Os trabalhadores e trabalhadoras, representados pelas centrais sindicais que assinam a presente nota, compartilham a indignação e o repúdio às atitudes desmedidas, provocativas, golpistas e antidemocráticas do presidente Bolsonaro”, afirmam as centrais e convocam toda a sociedade a “cerrar fileira numa ampla campanha em defesa da democracia que garanta a realização de eleições livres e em clima de tranquilidade nos dias 2 e 30 de outubro próximo”.

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