A participação e o discurso do presidente Jair Bolsonaro em um ato pró-ditadura em frente ao Quartel Geral do Exército, em Brasília, no domingo (19), foi repudiado pelas centrais sindicais.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, as centrais afirmam que o presidente “mais uma vez testa os limites do seu cargo e os limites das instituições democráticas”. Segundo as entidades, “são ações que exigem resposta imediata”.
“Sua participação em um ato pela volta do AI-5, fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, e pela ruptura da ordem democrática, assegurada na Constituição de 1988, foi mais um episódio grotesco dessa escalada”, afirmam.
Para os sindicalistas “uma contundente resposta faz-se urgente e necessária”, e conclamam lideranças políticas, a sociedade civil, os poderes Legislativo e Judiciário, para “cerrar fileiras” contra os planos do presidente de “impor um regime autoritário e repressivo”.
A nota ressalta o isolamento e descontrole do presidente e afirma que ele “provocou, novamente, o seu show de horrores em relação ao necessário isolamento social e de bravatas que afrontam a democracia e colocam o país numa situação ainda mais dramática diante da pandemia que nos assola, e que já contabiliza mais de 30 mil contaminados e nos aproxima dos 3 mil mortos”.
“Importante frisar que, além de sua postura irresponsável, ele nada oferece aos trabalhadores. A dura realidade do Brasil de Bolsonaro é que os brasileiros, que já vem sofrendo perdas de direitos desde 2017, agora sofrem redução salarial de 30% por conta das medidas de suspensão do contrato de trabalho e redução de salário, instituídas pela MP 936”, diz a nota.
A nota é assinada pelos dirigentes das centrais: Sérgio Nobre – Presidente da CUT; Miguel Torres – Presidente da Força Sindical; Ricardo Patah- Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores; Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Ubiraci Dantas de Oliveira, presidente da CGTB – Central Geral de Trabalhadores do Brasil; José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores; Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros e José Bozze, presidente da Pública Central de Servidores.