As centrais sindicais divulgaram, nesta quinta-feira (15), nota conjunta em apoio à greve dos trabalhadores dos Correios, cuja data-base é em 1° de agosto.
“Manifestamos nosso apoio à greve e solicitamos que a direção dos Correios restabeleça imediatamente o processo de negociação. No Estado democrático de direito, não é razoável que a direção dos Correios recuse a continuidade da negociação coletiva com as representações dos trabalhadores”, diz a nota.
Os trabalhadores iniciaram greve no último dia 7, após diversas reuniões de negociação com a direção dos Correios, nas quais a empresa não atendeu às reivindicações centrais da categoria de reajuste salarial imediato, a realização de concurso público e a redução do custo do plano de saúde.
A decisão pela greve se deu após a empresa encerrar as negociações sem discutir cláusulas essenciais para a categoria e não apresentar uma proposta que contemplasse a pauta dos trabalhadores.
“Mesmo em greve, as representações dos trabalhadores solicitaram aos Correios a retomada das negociações, acreditando que somente a manutenção do diálogo social pode permitir encontrar soluções para a assinatura de um acordo coletivo de trabalho”, destaca a nota.
Como se não bastasse a recusa da direção dos Correios de retomar o diálogo com os representantes dos sindicatos em greve, denunciam as centrais, a empresa ainda realizou reuniões com representações de sindicatos que não estão em greve, a exemplo da reunião realizada em 13 de agosto de 2024 com a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), a revelia do movimento grevista.
“Não é adequado que uma empresa pública, sob um governo democrático, se reúna apenas com uma das partes, desconsiderando as representações sindicais em greve. É necessário que se reúna com todas as partes e negocie com todas as representações que legitimamente defendem os trabalhadores”, diz a nota.
“Além disso, não é aceitável o encerramento das negociações coletivas devido à decretação da greve. As greves são instrumentos legítimos dos trabalhadores, previstos na legislação brasileira. Sendo uma empresa pública vinculada ao Governo Federal, os Correios não devem ignorar as legítimas representações sindicais dos trabalhadores”, conclui o documento.
Assinam a nota Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor; Luiz Carlos Prates (Mancha), secretaria executiva nacional da CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular.
Na última quarta-feira (14), os trabalhadores decidiram manter a greve em nova assembleia. De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), cerca de 70% dos trabalhadores nos estados que aprovaram a paralisação aderiram ao movimento.