
As Centrais Sindicais CUT, CTB, Força Sindical, CSB, UGT e NCST, Intersindical e Pública vão sair às ruas amanhã (6), em ato contra a alta dos juros, nesta semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne com sinalização de mais um aumento na taxa Selic.
O ato acontece na porta do banco Central, na AV. Paulista, a partir das 10h, e deve reunir, além das lideranças sindicais e trabalhadores, entidades estudantis e organizações da sociedade civil.
De acordo com Centrais, a alta os juros altos tiram recursos da produção e dos investimentos governamentais em políticas públicas, que são repassados para atividades especulativas, gerando impactos negativos diretos na vida da população.
Para Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), “a contrapartida dos juros altos é o sacrifício dos investimentos governamentais em saúde, educação, seguridade, ciência, tecnologia, habitação, saneamento, infraestrutura. O resultado, lógico e inevitável, é o avanço da concentração da renda e da polarização social”.
Segundo Adilson, “a política de juros altos trava o desenvolvimento do país, inibe o consumo e penaliza milhões de trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias, e segue, na contramão, com a maior taxa de juros do mundo”.
“Nenhuma empresa, de nenhum porte, de grande a pequena, consegue um ganho real como ganha quem investe em papéis que remuneram de acordo com a taxa Selic. Isso faz com que o dinheiro não vá para investimentos e para a construção de novas fábricas e empresas que gerem empregos e façam a economia crescer, o dinheiro circular e chegar às mãos do trabalhador”, destaca o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre.
Conforme o dirigente sindical, a atual taxa de juros no país “é uma verdadeira extorsão aos brasileiros e ao setor produtivo” e “compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos e restringe investimentos”.
“A atual política econômica está destoando dos anseios da classe trabalhadora. Elevar os juros nesse momento traz mais incertezas. Se houver uma queda, o Brasil perde outra chance de apostar na produção, no consumo, na geração de empregos, na educação e na saúde pública”, afirma o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Torres é taxativo: “Os juros continuam sangrando o país”. “Sai presidente do BC, entra outro presidente, e os juros continuam galopantes”, afirma.
“O pagamento de juros, por parte do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do país, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros”, diz Torres.