A cesta básica consumiu mais da metade da renda de quem recebe um salário mínimo, apurou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os valores se referem a janeiro, considerando o preço dos itens básicos e o piso mínimo reajustado para R$ 1.100.
A cesta é formada pelo conjunto de alimentos básicos para as refeições de um adulto em um mês e, devido aos preços que aumentam sem controle – enquanto o salário mínimo fixado pelo governo que nem ao menos repôs a inflação de 12 meses – representou mais da metade do mínimo em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.
Em algumas capitais, o preço chegou a esgotar mais de 60% do mínimo. Em São Paulo, por exemplo, onde os itens da cesta custavam em janeiro R$ 654,29% (aumento de 3,59% sobre o mês anterior), chegou a consumir 64,29% do salário. Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Vitória e Brasília o custo da alimentação básica também foi de mais de 60% da renda.
Os itens que registraram os maiores aumentos de preços foram: açúcar (+12,58%), banana (+20%), batata (+10,71%), a carne bovina (até 9% em algumas regiões do país), e feijão (+9%).
Segundo dados do terceiro trimestre de 2019 do IBGE, compilados pela consultoria Idados, 27,3 milhões de brasileiros recebiam até um salário mínimo – o que significa um terço da força de trabalho no país. Há também a legião de desempregados formada no ano da pandemia, compondo o contingente de mais de 68 milhões de pessoas sem renda que não puderam nem contar com o auxílio emergencial a partir do primeiro mês deste ano.