Em novembro, a cesta mais cara do país foi encontrada em São Paulo: R$ 749,28 (61,37% do salário mínimo líquido)
O custo da cesta básica subiu em nove das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de outubro para novembro, atingindo, em São Paulo, o valor médio de R$ 749,28.
As altas mais importantes ocorreram em Brasília (3,06%), Goiânia (1,97%) e Belo Horizonte (1,91%). Em Porto Alegre, o valor da cesta não variou em relação a outubro e o preço do caiu em Natal (-2,55%), Salvador (-2,17%), Fortaleza (-1,39%) e Campo Grande (-1,20%).
Os preços de produtos que pesaram na composição da cesta foram alimentos como batata, arroz agulhinha, açúcar e carne bovina. Por outro lado, o preço do tomate, leite integral e café em pó diminuiu em grande parte das regiões pesquisadas.
No acumulado entre janeiro e novembro, no entanto, o custo da cesta de produtos básicos caiu nas 17 regiões pesquisadas, com percentuais entre -9,33%, em Campo Grande, e -0,67%, em Belém.
Atrás de São Paulo, onde o conjunto de alimentos básicos foi o mais caro do país em novembro, estão Florianópolis, onde a cesta custava R$ 747,59; Porto Alegre, R$ 739,18 e Rio de Janeiro R$ 728,27.
“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em novembro de 2023, 52,82% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em outubro, 52,72%. Em novembro de 2022, o percentual ficou em 59,47%”, complementa o estudo. O salário mínimo nacional atual é de R$ 1.302. Para 2024, o piso deve ser reajustado em R$ 7,7% – para R$ 1.421 – ainda distante do que o Dieese calcula ser necessário para a manutenção de todas as necessidades básicas de uma família.
“Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o mínimo de R$ 1.320,00”, diz a pesquisa.