O preço da cesta básica de alimentos em outubro já ultrapassa R$ 700, segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), realizada em 17 capitais.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%. Sobra pouco para as outras contas e é cada vez maior o número de famílias que se endividam para comprar os produtos básicos, situação que é agravada com o desemprego e a queda na renda.
Segundo o Dieese, a cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 700,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85).
Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 464,17), Recife (R$ 485,26) e Salvador (R$ 487,59) registraram os menores custos.
Em doze meses, o preço da cesta básica subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Na comparação com outubro de 2020, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais pesquisadas. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%).
Com a carestia que assombra as famílias brasileiras, particularmente as de mais baixa renda, além dos alimentos que não param de subir, faltam recursos para pagar a conta de luz, o botijão de gás que já chega a R$ 135, medicamentos, transportes e aluguel. E o governo Bolsonaro culpa o “fique em casa” pela economia estagnada, os preços dos combustíveis disparando e diz para o povo trocar feijão por fuzil e acender uma vela.
O Dieese estima, com base na cesta básica mais cara em outubro, que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo leva em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Entre os itens que mais subiram na passagem de setembro para outubro, o Dieese apontou a batata, o tomate, o pó de café, o óleo de soja e o açúcar.