
A Controladoria-Geral da União (CGU) destituiu de seus cargos no Ibama dois funcionários que participaram de um esquema de exportação ilegal de madeira nativa da Amazônia para os Estados Unidos e países da Europa, durante a gestão de Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente.
Walter Mendes Magalhães Júnior, ex-superintendente do Ibama no Pará, e Leopoldo Butkiewicz, assessor especial do então ministro no governo Bolsonaro, foram investigados, junto com Salles, na Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal em 2021. Além de Ricardo Salles e dos dois exonerados, outras 14 pessoas foram alvo da investigação.
No caso de Leopoldo Butkiewicz, a CGU também aplicou pena de inelegibilidade por oito anos para cargos comissionados no Executivo federal, com base na Lei Complementar nº 64/1990.
Segundo a CGU, a quadrilha que se instaurou no Ministério do Meio Ambiente durante o governo Bolsonaro facilitava a exportação de madeira sem autorização ambiental.
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), os dois servidores cometeram infrações funcionais graves ao atuarem na liberação ou facilitação de exportações florestais sem respaldo técnico ou normativo.
Ainda conforme a Operação Akuanduba, Walter Mendes — que era coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama e ex-superintendente do órgão no Pará — foi um dos responsáveis por elaborar o despacho que dispensou a necessidade de autorização para exportação de madeira, apesar de recomendações contrárias da área técnica do Ibama. Ele também emitiu uma certidão para tentar liberar uma carga retida no exterior por não atender aos requisitos legais. Após esses episódios, Mendes foi promovido durante a gestão de Salles.