CGU rebate Moro na CPI do INSS: “o senhor recebeu denúncia e não encaminhou”

Pronunciamento do ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho (Geraldo Magela - Agência Senado)

Investigações avançaram apenas em 2024, no governo Lula, culminando na Operação Sem Desconto, realizada em parceria entre a CGU e a Polícia Federal

O depoimento do ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinícius de Carvalho, à CPMI do INSS, nesta quinta-feira (2), gerou confronto direto com o senador Sergio Moro (União-PR) e repercutiu amplamente nas redes digitais.

Ao ser questionado por Moro sobre a demora nas apurações de fraudes envolvendo descontos ilegais em benefícios previdenciários, Carvalho devolveu a acusação, lembrando que o problema já havia sido denunciado ao Ministério da Justiça quando o ex-juiz era ministro do governo Jair Bolsonaro (PL).

“Esse trabalho que a CGU desenvolveu com a Polícia Federal, senador Sergio Moro, é um trabalho que podia ter sido desenvolvido durante sua gestão como ministro da Justiça, porque o senhor também recebeu denúncia sobre isso. Infelizmente, o senhor não encaminhou para a Polícia Federal e para a CGU”, afirmou Carvalho.

Veja trecho:

TROCA DE ACUSAÇÕES

Moro, que chefiou a pasta da Justiça entre 2019 e abril de 2020, defendeu-se alegando que a gestão dele suspendeu 4 entidades suspeitas e reduziu pela metade os descontos associativos.

E tentou se esquivar da sua responsabilidade, usando de uma farsa contra o atual governo:

“Agora, em 2019, ninguém tinha colocado uma quadrilha no comando do INSS como no governo Lula”, disse o senador.

Carvalho reagiu de imediato, apontando que as medidas citadas por Moro não garantiram reparação às vítimas.

“Ressarciram os aposentados? R$ 400 milhões, senador Sergio Moro. Ressarciram os aposentados dessas 4 entidades que vocês suspenderam? Não”, retrucou o ministro.

FRAUDES BILIONÁRIAS E INVESTIGAÇÕES

Durante a audiência, Carvalho reconheceu que houve atraso nas apurações, mas afastou qualquer hipótese de omissão da CGU.

Ele lembrou ainda que os primeiros indícios de irregularidades surgiram ainda em 2018, antes mesmo do governo Bolsonaro.

As investigações avançaram apenas em 2024, culminando na Operação Sem Desconto, realizada em parceria entre a CGU e a Polícia Federal.

A ofensiva revelou esquema bilionário de descontos irregulares em aposentadorias e pensões, com prejuízo estimado em R$ 6 bilhões.

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