Cantor, ator e compositor reconhecido como uma das maiores expressões da música popular francesa, morreu aos 94 anos, em sua casa ao sul da França.
De família armênia, nascido Shahnour Varinag Aznavourian, Charles Aznavour lançou mais de 100 álbuns, vendeu mais de 180 milhões de discos e participou de 60 filmes. Tendo escrito 850 canções em diversos idiomas, manteve-se uma pessoa humilde apesar de seu sucesso mundial. “Sou um simples artesão, não sou uma estrela”.
Costumava dizer que “fazia uma música sempre que se deparava com uma boa história”.
Cantando desde os nove anos de idade, começou a se destacar quando convidado a participar de uma turnê com Edith Piaf, em 1946, pela França e pelos Estados Unidos.
Entre os seus duetos mais destacados, durante os mais de 70 anos de carreira profissional, Aznavour cantou, entre outros expoentes da música, com Paul Anka, Nana Mouscouri, Plácido Domingo, Meirelle Mathieu, Laura Pausini, Sting, Fred Astaire, Bing Crosby, Ray Charles e Liza Minelli.
Aznavour foi o cantor escolhido para um dos filmes de sucesso do estúdio russo Mosfilm, Teerã 43 (50 milhões de espectadores). O filme que retrata a tentativa fracassada de um espião alemão de atentar contra a vida de Stalin, Roosevelt e Churchill durante a conferência de 1943 na capital do Irã e que apresenta cenas dolorosas da agressão nazista à União Soviética, foi dirigido por Aleksandr Alov e Vladimir Naumov, tem trilha sonora de Georges Garvarentz e Mieczysław Weinberg, “Une Vie D’amour”.
Apesar de sua expressão na França, Aznavour manteve uma forte ligação com a origem armênia de seus pais sendo convidado para representar o país na Unesco.
Durante a Segunda Guerra Mundial seus pais se arriscaram abrigando em seu lar judeus perseguidos pelo nazismo.
Na sua voz ficaram famosas músicas como La Boheme, She, Que c’est triste Venise e muitas outras.
Possuidor de uma voz singular, de grande talento musical e de uma bela história, Aznavour, no entanto, em um voo baixo de uma águia. não conseguiu perceber a relação do genocídio de judeus sob o nazismo, de armênios sob o tacão turco com o sofrimento dos palestinos nos dias de hoje e seguiu realizando performances em Tel Aviv, apesar de solicitado a não fazê-lo enquanto persiste a ocupação israelense na Palestina, solicitação que foi atendida por muitos artistas a exemplo de Roger Waters, da banda Pink Floyd, e da atriz judia americana, Natalie Portman.