Chefe da AGU e secretária do MEC se demitem; governo mexe em 6 ministérios

Izabel Lima Pessoa saiu do MEC e José Levi se demitiu da chefia da AGU. Foto: Reprodução

O chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi, e a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Izabel Lima Pessoa, também pediram demissão do governo Bolsonaro, na segunda-feira (29).

No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, cuja gestão foi marcada por negacionismo e brigas com países parceiros, como a China, saiu do governo, a contragosto de Bolsonaro, após uma avalanche de pedidos pela sua demissão.

E o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, pediu demissão.

José Levi foi substituído na AGU por André Mendonça, que já teve no cargo, mas estava como ministro da Justiça desde que o ex-ministro Sergio Moro pediu demissão, em abril de 2020.

José Levi estava contrariado desde que sua função foi atropelada por Jair Bolsonaro quando este enviou para o Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação sem sua assinatura. A ação, que tentava impedir as medidas de isolamento social determinadas pelos governadores e prefeitos, foi negada pela Corte.

Izabel Lima Pessoa, que é servidora de carreira do Ministério da Educação, também deixou o cargo. Segundo ela, o pedido de demissão aconteceu por motivos familiares. Há duas semanas, ela perdeu o marido por conta da Covid-19.

A segunda-feira (29) foi marcada por diversos pedidos de demissão no governo Bolsonaro. O primeiro foi Ernesto Araújo, adepto das “ideias” de Olavo de Carvalho e um dos ministros preferidos de Jair Bolsonaro.

Araújo estava sob forte pressão de todos os lados e até de aliados de Jair Bolsonaro, como os presidentes do Senado e da Câmara, e até mesmo dos diplomatas para que deixasse o cargo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que “a política externa do Brasil ainda está falha, precisa ser corrigida, é preciso melhorar a relação com os demais países, inclusive com a China, porque é o maior parceiro comercial do Brasil”.

Além disso, mais de 300 diplomatas assinaram uma carta que pedia a saída do chanceler, afirmando que sua permanência poderia causar “graves prejuízos para as relações internacionais e a imagem do Brasil”.

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, deixou o cargo e disse que preservou as “Forças Armadas como instituições de Estado”, e não de governo.

Depois da debandada, Jair Bolsonaro anunciou uma “reforma ministerial” que envolveria a troca de nomes em seis ministérios, entre eles o das Relações Exteriores, da Defesa e a AGU.

No lugar de Ernesto Araújo, assumiu o embaixador Carlos Alberto Franco França, que estava no cerimonial da Presidência da República.

No ministério da Defesa, assumirá o general Walter Souza Braga Netto, que é o atual chefe da Casa Civil. Em seu lugar, na Casa Civil, entrará Luiz Eduardo Ramos, que é o ministro da Secretaria de Governo.

A deputada federal  Flávia Arruda (PL-DF) será a nova ministra da Secretaria de Governo. O PL, seu partido, é presidido pelo condenado Valdemar da Costa Neto.

No Ministério da Justiça, no lugar de André Mendonça, entrará Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *