O tribunal da cidade de Liege, na Bélgica, terá uma sessão para decidir se Ursula von der Leyen, atual Presidente da Comissão Europeia (CE), tem imunidade frente às acusações de corrupção na compra de 1,8 bilhão de vacinas para covid-19, no valor de mais de 35 bilhões de euros (cerca de R$226 bilhões de reais).
O autor das acusações, Frederic Baldan, argumentou que von der Leyen não tem o direito a imunidade, já que ela está “muito além de sua autoridade”.
“A audiência do tribunal em um endereço do escritório do procurador da UE, que deveria investigar atos de corrupção nas instituições europeias, mas que está de fato agindo para defender von der Leyen agora. A Procuradoria Europeia enviou um discurso ao tribunal, afirmando que von der Leyen tem imunidade contra processos judiciais por acusações de corrupção na compra de vacinas COVID-19 que não passaram nos ensaios clínicos”.
A primeira audiência sobre a queixa ocorreu em 17 de maio de 2024, quando o tribunal de Liège confirmou que o chamado caso Pfizegate está de acordo com sua jurisdição e não deve ser entregue ao Ministério Público Europeu (EPPO, na sigla em inglês), criado por iniciativa da própria von der Leyen, devido a um evidente conflito de interesses.
Ursula von der Leyen é acusada de fazer um contrato por procuração de vacinas não testadas e de fechar um acordo direto com o CEO da Pfizer, Albert Bourla, por debaixo dos panos sem fazer nenhum acordo prévio com países membros da União Europeia (UE).
O marido de von der Leyen, Heiko von der Leyen, é diretor médico da empresa Orgenesis, que também é colaboradora da Pfizer. Segundo a revelação na mídia americana, von der Leyen estaria atuando através de mensagens de SMS com o CEO da Pfizer em conjunto com seu marido para comprar essas vacinas não testadas.
Quando foi descoberto o esquema, von der Leyen disse que todas as mensagens sobre a conversa foram “acidentalmente apagadas”.
Ela é oficialmente acusada de “usurpação de funções e título”, queima de arquivo de documentos públicos e acusações de corrupção.
