O foragido Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho e considerado o criminoso mais procurado do estado do Rio de Janeiro, entregou-se e foi preso pela Polícia Federal (PF) na noite de domingo (24).
Zinho liderava a milícia que dominava a zona oeste da capital fluminense. O miliciano tinha ao menos 12 mandados de prisão em aberto e estava foragido desde 2018.
O miliciano acabou detido após tratativas entre advogados dele com a PF e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Ele se apresentou aos policiais federais da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE-PF/RJ) e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas (Gise/PF), na superintendência regional da corporação.
Zinho foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) e, posteriormente, encaminhado ao sistema prisional do estado. Depois, acabou transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, prisão de segurança máxima na zona oeste do Rio de Janeiro.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, considerou que a prisão de Zinho representa um “importante resultado do trabalho sério e planejado que está sendo executado no Rio de Janeiro”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que Zinho era considerado “inimigo número um” do Rio de Janeiro e que comandava uma “máfia” que “parou” a zona oeste da Cidade.
A prisão de Zinho se deu apenas seis dias após uma operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada estadual Lucinha (PSD).
A ação, intitulada Batismo, teve como objetivo investigar a participação e a articulação política da parlamentar na milícia. A apreensão de documentos e telefones na casa de Lucinha, chamada de “Madrinha” por Zinho, representou um revés para a quadrilha. Na mesma semana, a advogada da miliciano entrou em contato com a PF para negociar sua entrega, ocorrida ontem.
“Veja, não são coisas isoladas. Fica claro que é um processo com conexões evidentes, de aproximações sucessivas. A Polícia Federal foi se aproximando, se aproximando, e fica claro que Zinho optou por não correr o risco de ter o mesmo destino de seu sobrinho e também de seu próprio irmão, o Ecko” afirmou a Secretaria de Segurança.
“Quando um cidadão como esse, um miliciano como esse, sabe que se tem muita informação sobre ele, percebe que a vida dele começa a correr risco. Até pelo receio de ser assassinado pelos próprios comparsas”.
A prisão do miliciano se deu após sucessivas operações policiais para asfixia do grupo paramilitar. Para Cappelli, fica claro que, com a reunião de inúmeras provas, Zinho acabou sem alternativas que não sua entrega à polícia.
“ Tudo indica que ele considerou se entregar para preservar sua própria integridade. É trabalho de inteligência, que foi fechando o cerco e obrigou o criminoso a se entregar. O criminoso só se entrega quando percebe que essa é a única e a melhor alternativa que lhe resta. Senão, não se entrega. Então, a Polícia Federal atacou o braço político da organização, foi fechando com investigações, com inteligência, foi fechando o cerco nas operações financeiras, recolhendo documentos e recolhendo provas”, avaliou o secretário Nacional de Segurança, Ricardo Cappelli.