Sentença do ex-secretário do comitê do trabalho do Partido Comunista da China da zona de desenvolvimento econômico e tecnológico de Hohhot foi aprovada pelo Supremo Tribunal Popular, após dois anos de apelação
A China executou na terça-feira (17) Li Jianping, ex-funcionário da Região Autônoma da Mongólia Interior do Norte, condenado no maior caso de corrupção já registrado no país, totalizando mais de 3 bilhões de yuans (US$ 421 milhões ou R$ 2,8 bilhões de reais).
A sentença de morte de Li, de 64 anos, ex-secretário do comitê de trabalho do Partido Comunista da China da zona de desenvolvimento econômico e tecnológico de Hohhot, havia sido emitida em setembro de 2022 e mantida em apelação em agosto de 2024. A execução ocorreu após a aprovação do Supremo Tribunal Popular e foi realizada por um tribunal na Mongólia Interior, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
“Devemos ter a coragem de virar a faca para dentro e eliminar seu impacto negativo em tempo hábil para garantir que a festa esteja sempre cheia de vigor e vitalidade”, afirmou o presidente chinês, Xi Jinping, instando o Partido Comunista a eliminar problemas de disciplina, incluindo a corrupção. “À medida que a situação e as tarefas enfrentadas pelo partido mudam, inevitavelmente haverá todos os tipos de conflitos e problemas dentro da nossa sigla”, assinalou.
A campanha de Xi Jinping pela erradicação da corrupção do sistema político tem se intensificado no último período contra membros do Partido que tentaram se apropriar do patrimônio público, obtendo ganhos ilegais. As penalidades envolvem desde dirigentes de alto escalão a militantes de base que, confrontando a disciplina partidária, a moral e a ética, transgridam a legislação em benefício próprio, comprometendo a unidade política e ideológica.
No caso mais recente, o Ministério da Defesa revelou que o Almirante Miao Hua, que havia servido na Comissão Militar Central, o mais alto órgão de comando militar do país, estava sob investigação por “graves violações de disciplina”.
O general Li Shangfu, que era ministro da Defesa em 2023, foi afastado do cargo sete meses após assumir o cargo por supostamente aceitar subornos em troca de favores, violando a disciplina militar e do partido.
Antes disso Wei Fenghe foi ministro da defesa por cinco anos, até ser colocado sob investigação por “violação grave da disciplina política e organizacional ao ajudar outros a obter benefícios indevidos em acordos”.
Ao longo de 2023, cerca de 610.000 dirigentes do partido foram punidos por violar a disciplina partidária, dos quais 49 eram funcionários acima do nível de vice-ministro ou governador, de acordo com dados da Comissão Central de Inspeção Disciplinar do partido.