Os presidentes dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – assinaram uma nota conjunta denunciando os ataques terroristas feitos por bolsonaristas em Brasília, no domingo (8), e defendendo a democracia.
A nota é assinada pelos presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Senado Federal em exercício, Veneziano Vital do Rêgo, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.
Lula recebeu no Palácio do Planalto, que sofreu a depredação promovida pelos bolsonaristas, os outros chefes dos Poderes na manhã desta segunda-feira (9).
Os presidentes “rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas”.
“Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria”, continua a nota.
O Palácio do Planalto, assim como os prédios do Congresso Nacional e o do STF, foi invadido e depredado por bolsonaristas na tarde do domingo.
Os terroristas berravam pela anulação do pleito que elegeu Lula e pregavam um golpe de estado.
Após a ação do governo federal, que determinou uma intervenção na área de segurança pública do governo do Distrito Federal, as forças de segurança liberaram os prédios. Mais de 300 terroristas foram presos na invasão.
Na segunda-feira (9), mais 1.200 que estavam no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército foram desmobilizados.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento de Ibaneis Rocha, governador do DF, do cargo por inação diante dos atos golpistas.
Os terroristas estão sendo insuflados por Jair Bolsonaro desde que este perdeu as eleições, no fim de outubro.
Bolsonaro diz, sem provas, que as eleições foram fraudadas. Ele também já falou que seus apoiadores deveriam atuar diretamente para o golpe.
“Não é ‘eu autorizo’ [um golpe de estado], não, é o que eu posso fazer pela minha pátria”, falou o candidato derrotado.
No dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, Jair Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos, de onde está comandando a tentativa de golpe.
Nos EUA, ele se reuniu com Anderson Torres, seu ex-ministro da Justiça que estava no cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante a invasão golpista.
Torres foi demitido por ter aberto a Esplanada aos terroristas, permitindo que eles depredassem o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso.
Leia a íntegra da nota:
Nota em defesa da democracia
Os poderes da República, defensores da democracia e da carta Constitucional de 1998, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de ontem em Brasília.
Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras.
Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria.
O país precisa de normalidade, respeito, e trabalho para o progresso e justiça social da nação.