Difícil saber se os chefões que despacham no Planalto decretaram a medida para esconder do “mercado” sua incapacidade de aprovar a reforma da previdência ou se foi para desviar a atenção das Forças Armadas dos crimes palacianos.
O “mercado” é vingativo. Não costuma mandar flores a quem lhe dá o cano.
Quanto aos militares, é certo que estão subordinados a autoridades civis, mas como seres humanos são livres para pensar que a crise de autoridade no Rio de Janeiro é o que se colhe quando a presidência da República e o governo do Estado são ocupados por bandidos cujos crimes aparecem quase todos os dias nos noticiários das televisões.
Não diz o velho ditado que o exemplo vem de cima?
Então, como esperar que policiais desaparelhados e esmagados por atrasos de salário possam combater com eficiência o crime organizado se Temer, Pezão e outros tantos símbolos da impunidade desfilam soltos e assinam decretos mandando os militares fazerem isso e aquilo?
Será que a Constituição obriga mesmo os militares a obedecerem criminosos notórios que os mandam tomar o lugar da polícia para dar a impressão de que o governo está agindo em benefício da população desesperada?
Que ninguém se iluda, a impressão será fugaz. Treinados para matar e não para prender, Exército, Marinha e Aeronáutica não vão sair da armadilha maiores do que entraram.
S.R.
Tapar o sol com a peneira tem sido a tônica política tupiniquim desde a monarquia. Enquanto não houver um esforço nacional que mude radicalmente tópicos variados, passando pela mudança da política de combate às drogas ao justo salário a ser pago ao cidadão, nada mudará o status de guerra que vivemos em varias cidades.
A intervenção é uma manobra política que não tem a intenção real de combater a criminalidade, o que querem é iludir a população enquanto tramam outras ações políticas em benefício dos membros do desgoverno federal.