A coalizão chilena Frente Ampla (FA), liderada por Beatriz Sánchez, candidata que recebeu 20,3% dos votos e ficou em terceiro lugar no primeiro turno da eleição de 19 de novembro, ratificou sua postura crítica em relação ao candidato da coligação Força da Maioria, Alejandro Guillier, que disputará o segundo turno em 17 de dezembro.
Embora para a FA, a vitória do ex-presidente Sebastián Piñera, que se enfrentará com Guillier, significaria um retrocesso para o Chile, a coalizão decidiu que não apoiará o candidato governista, que representa a possibilidade de que a atual presidente Michelle Bachelet continue, de fato, no governo, já que ele não inclui no seu programa as principais propostas sociais e econômicas que propõe a esquerda chilena.
Entre as propostas da FA se encontram:
1. Impulsionar a nacionalização de empresas.
2. Fim das Administradoras de Fundos de Pensões (AFP), entidades privadas responsáveis pelas aposentadorias no Chile, cujo rechaço na população atinge 87%, segundo pesquisa de agosto de 2016.
3. Uma Assembleia Constituinte que “redefina o pacto político e social chileno”, superando as leis que ainda persistem do período pinochetista, e crie uma nova Constituição.
4. Acabar com o Crédito com Aval do Estado (CAE), sistema de pagamento da educação superior, esquema privado duramente criticado pelos estudantes.
5. Criação de um seguro único de saúde universal e solidário, junto com “uma renovada infraestrutura pública”.
Guiller descartou as propostas da FA e assegurou que “não tem que fazer acenos” à coalizão da esquerda chilena, embora demagogicamente se propusesse alcançar algumas das propostas “de maneira gradual”.
O candidato que representa os setores governantes conseguiu 22,69%, enquanto que o conservador Sebastián Piñera ficou no primeiro lugar entre oito candidatos com 36,64% dos votos.